ESSÊNCIA ESCASSA

ESSÊNCIA ESCASSA

O ribeirão que passa aqui atrás o ano inteiro.

Mais vezes vazio, só as vezes tá cheio,

mostra a sujeira desse lugar.

Os restos, as sobras, nas sombras, caem no seu leito.

Falta educação, noção de respeito,

pro povo que vive no mesmo lugar.

Sem se importar se será passado no futuro.

Ao lado do muro, engole a borra, espalha entulho.

Água descansada, escura, espessa, o risco estreito, que atravessa,

coração da princesa, que se interessa ver de novo o mergulho.

Quando criança em tempo remoto banhava de dia,

sem preocupação com a tal alergia,

que de presente se torna fatal. É real.

e a vida, essência escassa, rareia à margem,

desertificada muda a paisagem, do vale que assiste o triste final.