Preconceito linguístico - o que é, como se faz

A capa deste livro tem uma história que merece ser contada. As pessoas ali fotografadas são sogra de Marcos Bagno, Alice Francisca, seu sogro, José Alexandre, e seu cunhado [pág. 11] mais novo, Sóstenes, cerca de vinte anos atrás. Como este é um livro que trata de discriminação e exclusão, Bagno decidiu homenagear seus sogros que são, como ele costuma dizer, um “prato cheio” para alguns dos preconceitos mais vigorosos da nossa sociedade: negros, nordestinos, pobres, analfabetos.

Alice Francisca também carrega o estigma de ser mulher numa cultura entranhadamente machista. Aprender a amar estas pessoas pelo que elas são, deixando de lado todos os rótulos discriminadores que tentam classificá-las em categorias supostamente inferiores às que Bagno e pessoas de sua extração social ocupam, tem sido uma lição fundamental para toda a sua vida pessoal e profissional.

É com este amor que Bagno se defende das acusações que às vezes recebe de ser autor de um livro “demagógico”. Não é demagogia: é opção consciente, política, declaradamente parcial.