Carnaval pra quê
Fantasia é para os fracos, pular é pros sapos
Enquanto uns se divertem bebendo
Eu tomo litros de sabedoria, cedendo
Sou cavalo, burro, mula, não importa
A energia que sinto não me liga, transcende
E a cada manifestação, novo aprendizado
Terça de folia, não; de alegria dos coitados
Carnaval pra quê, cansado, se mesmo sentado
No toco, e no preparo do salão, impecável
Apenas um giz na mão, e o desenho riscado
Do Pai Velho, caboclo,não importa que avatar
Se a gira começa, não preciso girar
Se o baiano já chega correndo a Jesus vai saudar
Não importa o que rola lá fora
Sem pressa, com cuidado, cem consulentes
De dor, de pesar, tristes e contentes
Que ali vão, livres de preconceitos, até com receio
Ao que foi buscar, uma palavra amiga
Um carinho discreto, um abraço, um afeto
Tem gente as pampas esperando paciente
Vão um a um sendo atendidos
Deixam ali, inocentes pedidos
Pra melhora de saúde, até que entendem
Quando lhe falam de atitudes
Mudanças, sinceras e constantes
As curas como por encanto os transformam
Enquanto outros pulam e não são sapos