porque amanhã...

porque amanhã é Sábado...

A realidade sobrepõe-se à ficção, a ficção ganha realidade, as coisas ideais idealizadas para a ficção fazem parte da realidade... Fazer arte é qualquer coisa de indefinido, não finda com aquilo que dela ou nela queremos fazer: os objectos que deixamos.

Vou expor o que idealizei: acabar com uma frase histórica:), coincidir com uma data a dar título a um texto na categoria "frase": *

Iria acabar quando tivesse publicado 500 textos e 50 anos:), fico lá perto. Antecipo para hoje, porque amanhã é Sábado.

Deixo como cenário a peça dum teatro aberto à imaginação:

A REALIDADE E A FICÇÃO

A REALIDADE

Acho que se uma mulher, uma pessoa, se conhece ou julga conhecer a si própria melhor do que qualquer outra pessoa a possa conhecer, ela saberá o que mais gostaria que lhe fosse dito. Desse modo a tua ideia de criar um personagem masculino que te escreveu adorando, deveria permitir a ficção e sua fruição. Fruição que deveria ser de todos os teus leitores: essa é a diferença que faz a literatura, a sua leitura impõe-se como realidade, mesmo se a realidade é uma fantasia.

Eu não te conheço tão bem como tu própria te conheces, mas vou adorar... continuar a imaginar que te possas sentir adorada. Ainda um dia tentarei escrever da Mim para mim e sabes, essa foi a minha tentativa: ler uma mulher que me escreveu uma carta de amor, Mim. A Mim escreveu, eu respondi e, Pim!, Fim.

Nunca mais me consegui esquecer da Mim, ela passou a fazer parte de mim. Como não somos completamnete diferentes uns dos outros, isso nos permite o entendimento do(s) outro(s), embora não esconda a confusão que por vezes se instala. Desta correspondência preservemos, persistamos e... deixa cá ver os verbos: preservar e persistir, é o essencial!

Vou escrever o que escrevi... a pensar em ti:

A FICÇÃO

Entras num palco vazio, porque antes de entrares o palco está vazio. Embora rapidamente se encha de personagens, como sombras (som, obras, s_obras...) da tua imaginação preenchendo o espaço. Tu

lerás, de pé, sentada, de memória ou dum papel (a carta... poderá ser o livro que ainda não escrevi) ou num écran onde toda a gente pode ler o que só tu sabes ou só eu sei ou só nós sabemos...

(a minha carta é um poema:)

A PALAVRA

1

A poesia é como um corpo

quando se deixa tocar,

desse modo a faço

descobrindo os seus versos

cobrindo-a com amor

até a descobrir da alegria!

2

Há um esforço seguro certo

quase como um enigma

antes de ter resolução

ainda é canção sem nome

dum trautear de melodia

a transformar-se música!

3

Certa a pausa antecedendo

a descoberta do Silêncio

música duma palavra

onde vêm palavras beber

o nome de todas: uma/

/una e discreta revelação!

Assim

PARA LÁ DA REALIDADE E DA FICÇÃO: NU INTERIOR

Podes imaginar que tudo o que escrevi foi feito para declamares nesse palco que desenhas como dispões os móveis no teu palco, lê aletoriamente ou de forma ordenada os textos: o palco é todo teu.

{Eu deixei de acompanhar o 69 da leitura/escrita, jamais ficaria a ver de fora. Bom sentir essa forma de desejo, tão particular como intensa, onde quem sonha não tem sono. Nesta peça proposta, se o actor for homem, seja a autora Mim (a musa da tusa que usa arte em forma de mulher idealizada e real, como areal de praia ou as dunas macias dum peito).

*

cinquentenário

Amigos, lamento, mas a minha participação, depois do cinquentenário, passa a ser esporádica e quando calhar...

Saudação com amizade, abraços!!}

Francisco Coimbra
Enviado por Francisco Coimbra em 02/06/2006
Reeditado em 15/06/2006
Código do texto: T168093