NOTAS DE HOLLYWOOD

Você gosta de cinema? Eu adoro! Gosto de assistir a um filme na telona, ao menos uma vez por semana, devidamente acompanhado da senhora Marreco. E de um balde de pipoca. E de outro de Coca Cola!

Hoje quero falar com você de um tipo de filme pouco comum: os filmes com mensagens ocultas.

Será que existe isso? Claro que sim! Muitas vezes, estas mensagens são inseridas propositalmente; outras, isso acontece absolutamente à revelia da vontade dos produtores, diretores e artistas. Bem, pelo menos, é o que eu acho. Quer ver?

Um exemplo muito claro é o desenho animado Rei Leão (Lion King, EUA, 1994): há uma cena em que o jovem leão Simba, saudoso do pai e de casa, se joga ao chão, deprimido. A poeira levantada por este movimento é carregada pelo vento até chegar ao sábio babuíno Rafiki, que assim descobre que Simba não está morto. Se você pausar o filme na hora em que a poeira se levanta (eu fiz isso), verá que aparece claramente a palavra sex (sexo, em inglês). Porque será que alguém insere tal mensagem num filme infantil? E, em se tratando de algo desenhado, é impossível que a inserção da palavra tenha se dado por acidente... Cuidado!

Mas há filmes onde a mensagem oculta pode ser involuntária e, ao mesmo tempo, extremamente profunda, impactante e benéfica. Vejamos o filme – inspirado em fatos reais- O Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan, EUA, 1998). Durante a Segunda Guerra Mundial, o pelotão comandado pelo capitão John Miller Jr. (Tom Hanks, excelente como sempre, foi indicado ao Oscar por este papel) recebe a missão de levar para casa o último dos quatro irmãos Ryan, o único que (ainda) não foi morto na guerra. O problema é que Ryan (vivido por Matt Damon), que faz parte de uma equipe de paraquedistas, caiu em algum lugar no interior da França ocupada pelos nazistas. A missão assume ares de suicídio, e os soldados sob o comando de Miller questionam a todo tempo a insensatez de se arriscar a vida de vários soldados para resgatar um único homem. De fato, (acho que posso contar um pouco da história: se, onze anos depois do seu lançamento, você ainda não assistiu o filme, acho pouco provável que venha a fazê-lo!), muitos dos soldados morrem no decorrer da missão. Quando, finalmente, após intenso combate, os remanescentes conseguem levar Ryan a um local seguro, o capitão Miller lhe faz um apelo que nortearia sua conduta pelo resto de sua vida: “faça valer a pena!”.

Confesso que, quando ouvi esta frase, meus olhos de encheram de lágrimas. É que eu havia acabado de receber a mensagem subliminar do filme, e foi como se ela me estapeasse na cara; assistindo a uma história de guerra, fui subitamente confrontado com o Evangelho de Cristo!

Assim como o presidente americano em O Resgate do Soldado Ryan, Deus mandou ao mundo uma força tarefa celestial para buscar alguém, aprisionado atrás das linhas inimigas. Veja o que está escrito no Evangelho segundo João, capítulo 3, verso 16:

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Repare que Jesus foi mandado ao mundo para evitar a morte do homem, para dar a ele vida. Repare ainda num detalhe a respeito da missão de Jesus: ela foi motivada pelo amor! Enquanto os soldados do filme só queriam completar logo a missão pois assim poderiam voltar para casa, Jesus se dispôs ao sacrifício na cruz por amor à humanidade! Por amor a mim! Por amor a você!

Tal como no filme, a utilidade da tarefa parecia altamente questionável: o preço a ser pago valeria o resgate? O homem a ser resgatado estaria à altura do sacrifício para salvá-lo? Seja sincero: você daria sua vida por alguém como o ser humano, com todas as suas imperfeições, idiossincrasias, manias, defeitos, falhas? Aos nossos olhos, o homem pode ser um sujeitinho bem pouco merecedor de uma missão de resgate; mas, para Deus, não havia dúvidas quanto à necessidade, importância e validade da missão. Veja o texto de Romanos, capítulo 5, versos 6 a 8:

5. Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.

6. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.

7. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.

Sim, Deus nos amou, mesmo sendo tão indignos! Deus nos amou a despeito de nossa estupidez, de nossa maldade, de nossa intolerância, de nossa arrogância, de nosso egoísmo, de nossa vaidade! Ele achou que, para que eu e você pudéssemos ser resgatados, a morte de Cristo naquela cruz valeria a pena! Pode ser que você se encontre hoje numa situação terrível (cada um sabe onde lhe apertam os calos, não é verdade?); pode ser que ache que, estando aprisionado atrás das linhas inimigas, ninguém se lembrará de vir ao seu encontro, ninguém se importará em pagar o preço para o seu resgate. Entretanto, veja a pungente declaração do amor de Deus para conosco, em Isaías, 49, versos 14 e 15, e saiba que Ele virá, sim, atrás de você para te salvar:

14. Porém Sião diz: Já me desamparou o SENHOR, e o meu Senhor se esqueceu de mim.

15. Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti.

Não há dúvidas de que Deus nos ama, e que achou que valeria a pena enviar o seu Filho para morrer na cruz para nos resgatar. De volta ao filme, o soldado Ryan, agora um senhor de cabelos brancos e andar pausado, visita o túmulo do capitão Miller, acompanhado de sua esposa e filhos, estes já homens feitos. Visivelmente emocionado, Ryan questiona sua mulher: “diga que eu fui um bom homem; diga que valeu a pena!”.

O soldado Ryan foi capaz de compreender o preço que foi pago por sua vida. Esforçou-se por estar à altura do sacrifício, ainda que involuntário, que alguém fez por ele. Esforçou-se por honrar a morte daqueles que o resgataram; esforçou-se, por toda a vida, por fazer valer a pena. Pois acho que Cristo, à beira da morte, espetado na rude cruz de madeira, sangrando e quase sufocado, também olhou para a humanidade e pensou: “faça valer a pena!”. Como fazer valer a pena tamanho sacrifício? Como se tornar digno do sangue do Cordeiro derramado por nós?

A única maneira de tornar o sacrifício de Jesus válido é O recebendo em seu coração; é o famoso convite da graça, feito por Jesus em Mateus, capítulo 11, versos 28 a 30:

28. Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.

29. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.

30. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.

Amigo cinéfilo, saiba que Jesus foi o protagonista da melhor história já produzido pela humanidade; um filme de amor desprendido e desinteressado, de renúncia, de heroísmo e abnegação. Um roteiro de sacrifício, de dor e de sangue, com uma vitória surpreendente e incontestável ao final. Saiba que Ele fez tudo isso por você, e espera que você compreenda este roteiro e tenha sua vida transformada por ele. Veja o que diz o apóstolo João (evangelho de João, capítulo primeiro, versos 11 e 12), a respeito de Cristo:

11. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.

12. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;

13. Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

O filme está rolando; o herói já se sacrificou para te salvar. E aí, como vai ser o final da história pra você? Que estas palavras ecoem na sua mente pelo resto de sua vida:

“Faça valer a pena!”