III - Aquarius

{esse texto faz parte de uma novela, com essa sendo a terceira parte, confira as outras duas para entendimento dela}

Quarta-feira, 2 de Agosto

Sumi do papel, bem verdade. Mas me senti no direito. Já havia dito que não juraria nada e, bem, nesses últimos dias comecei a achar deveras piegas a ideia de uma voz celestial vinda do papel que me chamasse para por qualquer risco que fosse. 

Sobre o tal o busto lá? É. Eu fui lá, prestei às ordens, fiz de bom homem e assim de passou. Ano que vem teremos o busto. Que assim seja, não dou a mínima e não quero falar sobre esse assunto, já me custou muita paciência essa história toda. Até teria uns detalhes que eu bem gostaria de ironizar nessas linhas... Mas não vou fazer, não vou. Hoje há uma coisa mais que quero falar, foi ela que me fez querer escrever por aqui. Mas, veja bem, foi só tirar a caneta tinteiro do descanso e abrir o caderno para já ter vontade de falar besteiras, do palco, daquele povinho. Mas vou me conter. Talvez eu o faça, depois, se assim tiver vontade. Hoje quero mesmo falar de outra coisa.

Já é noitinha (sempre escrevo à noitinha), pela manhã acordei e relembrei o que, como em um ritual, já começo a recordar desde o dia 16 de Julho: hoje era dia dois. Dois de Agosto! Que data infeliz. Mas já entro em suas causas.

Pois bem, lembrando desse infortúnio, desci todo amuado para ficar ainda mais amuado. Acontece sempre assim. Ninguém lembra dessa data, nenhuma das duas crias, nem Teresa, nem os criados. Falta-me o consolo e sobra-me desprezo. Custo a crer que não fazem por mal. Para mim, há uma grande conspiração contra a minha pessoa, querem me ver na miséria, com todos os sentimentos tristes e angustiantes que os seres humanos podem ter. Fiquei à mesa, tomando meu café, fingindo que lia o jornal, enquanto batia meu pé na madeira embaixo do móvel. Teresa ficava me olhando irritada e a cada vez que fazia, eu aumentava a intensidade das batidas. Queria mostrar toda a minha impaciência. Eu estava gritando que hoje era dois de Agosto! Mas ela só fez deixar metade do café para tomar e saiu da mesa soltando ares pela boca. Dou-lhe essas pequenas oportunidades para se fazer cumprir sua função como esposa, mas ela as desperdiça. Depois quer me cobrar dever de marido. Tenha dó! Depois do odioso bom dia, não pus os pés na fazenda, pois nunca os coloco lá no dia dois de Agosto.

À tarde, fui até o epicentro de tudo. Sabem o cemitério que citei nas últimas linhas antes desse escrito? Pois bem, fui eu lá, de baixo de sol, recolher-me nos fundos das lápides encrustadas na terra em que eu próprio encontrarei o meu fim. O túmulo de mamãe ficava bem escondido, onde dormiam os mortos enterrados há muito tempo. Parado entre a gente morta, no meio de todo o abandono e decadência, sentido a morte em seu sentido mais completo, o esquecimento, não via sentido algum em continuar ali. Não trouxe flores ou outro gracejo, afinal, para quê? Nem mesmo era necessária minha visita até lá, que servia somente para ver um nome gravado em uma pedra coberta por lodo.

Há somente uma resposta para o porquê que continuo a prestar as vindas, todo dia dois de agosto, todo ano; tradição de dor. As coisas que me aconteciam na juventude me marcaram de uma forma descomunal. Daí que entra o episódio que quero contar-lhes no dia de hoje. Pois estou bem assim, ainda agora, abrindo meu coração a qualquer um que me peça. Oh! Nem precisa pedir. Basta-me um olhar minimamente carinhoso e sou capaz de começar a soltar lágrimas. Estou tão fora do que costumo ser no dia de hoje.

Mas vamos lá.

Ela morreu em um dois de agosto de 1914. E, meus amigos, bem no dia que ela se fora, chegou um moço todo atordoado lá da capital, dizendo trazer notícias lá da Europa. Estavam em Guerra! Tudo ia se acabar! E eu chorando no quarto, com os joelhos no chão e a cara na colcha da cama. Que me importa isso? Eu perguntava a Gastão, o casula, que ficava a todo instante repetindo que Estavam em Guerra!

Pela ida de mamãe, ele soltou algumas tão somente lágrimas ao amanhecer, quando acordamos com a notícia que nossa mãe, a mulher de pulões fracos, se foi ter com a justiça divina. Eu desabei em desespero. Minha angústia crescia ainda mais quando eu olhava para os rostos dos outros e não encontrava a mesma dor. Nem meu pai, homem que sempre foi total fiel à esposa, parecia esboçar expressões profundas e verdadeiras. Enquanto eu esperneava, o mundo parecia não se importar com o cadáver que saia pela porta! Minha mãe está indo embora, não irão fazer nada? Ah, o apego maternal! Sempre foi tão forte em mim. Não porque mamãe e eu éramos muito unidos e de constante afagos. Não era isso.

Ela era uma mulher miúda, calada, deixava as criadas fazerem a maior parte do serviço de mãe, e pouco demonstrava se interessar pelas coisas que eu achava de todo fantástico. Não era uma mulher desprezível e má mãe, longe disso. Era rígida à sua medida, amável à sua medida, interessada à sua medida. Tudo nela era à sua medida. Poderia criar eu uma medida usando apenas aquela mulher como referência. É o carinho nem tão demais, nem tão de menos, tampouco o necessário ou o desnecessário. Ela representava, a mim, tão somente a única esperança de toda aquela família minha.

Naquela época, lá para uns treze ou catorze anos, eu desejava alguém que compreendesse as minhas vontades, meu desejo de estudar, de ter uma biblioteca imensa, de me fazer passar por um intelectual. Nem sei de onde vinha aquelas súbitas aspirações, mas tinha plena certeza que não as realizaria se dependesse unicamente de meu pai. Ele era um ignorante por completo. Tinha um linguajar robusto e obsceno, usava não raramente camisas e calças rasgadas e não tinha apresso pelo aparo à barba. Se eu tentasse elevar o nível da conversa um tiquinho, ele já tratava de mudar de assunto. Nunca deu a mínima para educação e cultura, privando eu e Gastão de boas escolas e criadas bem educadas. Tinha a fortuna que todo Albuquerque da região herda, mas todas as suas coisas eram do mais simples, tão simplórias que chegavam a ser bens não duráveis de tão mal feitas. Economizava em tudo, dinheiro, ornamentações e, sobretudo, palavras. Tinha um distanciamento natural do meu pai, mas nada que não fosse saudável. Eu, desde aquela época, já tinha desprezo pela sua boçalidade e falta de zelo com as coisas. Achava-o um homem detestável. Mas, veja bem, não estou dizendo-lhes que não o tinha apego por ele ser pouco honrado e de mal coração. Era um homem que de mal nada tinha e todos gostavam de ter com ele.

Enquanto eu virava a cara para a falta de acuidade de meu pai, voltava-me para mamãe. Aquela mulher bem que poderia ter sido uma dama da alta sociedade, dinheiro não lhe faltaria. Claro que não teria um marido bem ajeitado para acompanhar-lhe em festas, mas poderia ter tido um amante, qualquer coisa que bem quisesse! Mas permanecia ali, caladinha, enrolada em um xale que a própria tricotou. Eu ficava vendo aquela incógnita sentada na cadeira de balanço, no terraço da fazenda, sempre a costurar alguma coisa, morrendo de vontade de engajar uma conversa profunda com ela. Saberia ela de filosofia, política? Eu sabia tão pouco sobre tudo naquela idade! Mas ansiava por conhecer tudinho nesse mundo. E como seria prazeroso ter uma mãe que me proporcionasse tais saberes!

Nossa casa tinha poucos livros, os que havia, eram antigos, da época do meu bisavô, que parecia ter mais cultura que os seus descendentes Albuquerque. Lembro-me de vezes, raras, de ver mamãe pegando um ou outro livro e lendo-o, na maioria das vezes parecendo entediada e largando o objeto em algum canto da casa. Mas em outras, totalmente absorta com as palavras. Achava tão lindo e precioso os momentos em que seus olhos estavam de todo a serviço das palavras! Sempre anotava na mente os títulos dos livros que ela lia e pegava-os logo depois dela terminar, para tentar entender alguma coisa e puxar conversa sobre o enredo. Nunca tive coragem de chegar a conversar.

Uma vez, peguei-a lendo em francês e fiquei tão excitado com a ideia que não me contive e a interrompi no meio da leitura, tomado pelo êxtase que há muito ocupava meu cérebro de aprender aquela língua que todos os grandes sabiam com primor. —A senhora poderia me ensinar alguma coisa? Qualquer coisa! Olhou-me quase com pena pela súplica. —Olha, eu sei muito pouco. Sabia mais nos tempos de escola, quando eu era obrigada a aprender. E não sou boa de ensinar. Seria um desastre. 

E lá se foi a ideia de pesar horas conversando com mamãe, enquanto ela me ensina a algo. Teria algo mais bonito que isso, uma mãe saciando os desejos de um filho? Talvez só esse pequeno acontecimento ter-me-ia feito, hoje, um homem melhor do que sou. Mas não a tive tão próximo. Ela permaneceu somente como um poço de beleza, doçura e, eu gostaria de crer, inteligência, no meio de toda a imbecilidade que era aquela casa. Tão estúpido quanto meu pai, era o meu irmão, que tomava o mesmo rumo do seu antecessor. Meu pai adorava repetir que, um dia, daqui a alguns anos, todas aquelas terras seriam de nós dois. Dizia isso enquanto apontava para longe, onde as terras se perdiam na vista, de modo todo orgulhoso. Meu irmão abria um sorriso satisfeito com a ideia, cópia do pai, enquanto eu dava um sorrisinho lânguido, só por cortesia às vontades de meu pai. O homem dizia tantas vezes que nosso futuro era aquele pedaço de terra, encravado no fim do fim do mundo e no começo do inferno, que comecei a me sentir enjaulado, preso e sem possibilidade alguma de me ver livre.

Meu pai odiava visitar a cidade grande, que nem grande era, somente Vila Doracy, enquanto eu me satisfazia em pôr os pés nos paralelepípedos da rua, feliz por pisar em algo que não fosse terra e grama da fazenda. Eu pequeno, Vila Doracy era quase uma Beagá. Pequeno, eu já mostrava ter nascido o inverso daquela cidade. Enquanto tudo ao meu redor parecia plenamente realizado com o medíocre; meu pai com seu pedaço de terra, meu irmão casula em ser o herdeiro disso e minha mãe com sua cadeira de balanço, eu não estaria realizado nem se me dessem o mundo por completo. Eu diria; há de ter algo a mais a ser conquistado além do mundo, e assim eu iria atrás.

Tentava arrastar meu pobre irmão para a minha visão de mundo, como tentei! Soube de um tal primo distante que estava cursando Direito na capital e logo pus na cabeça que faria o mesmo. Dizia eu a Gastão — Por que não vamos fazer faculdade? E ele logo negava fervorosamente com a cabeça — Temos as terras do pai! Para que faculdade? Tinha eu de fazer Direito! Se eu assim fizesse, teria uma desculpa para sair dali, para abrir mão das terras. Eu seria um homem da cidade e dos negócios. Foi como se tivessem me aberto as portas para o paraíso ao saber desse tal primo que estava lá longe. Fora a primeira vez que houvera sabido dos modos como alguém se sai daquele fim de mundo. Antes, eu sabia somente que havia de tomar um trem, mas para onde, para o quê? Agora eu tinha lugar e objetivo. Belo Horizonte, para me formar na faculdade.

Com catorze anos, estava plenamente decido dessas minhas convicções, apenas não sabia como comunicar-lhes ao meu pai. Receava contar tais coisas à mamãe e já levar dela um balde de água fria. Mas eu conhecia que, entre ela e meu pai, somente por intermédio de uma mãe eu conseguiria me abrir de tal forma. Afinal, minha mente era um enigma! Eu nunca me expunha muito. Quem me via achava que eu não era nada a mais que um moleque. Mas minha mente quase explodia de ideias! Eu me sentia grandioso interiormente e pequeno por fora. Logo, a visão que todos tinham de mim era somente que eu era mais um comum. Como chegaria e contaria que eu não era mais um, que eu era um moço inteligente, que queria fazer direito e ser alguém importante? Era uma tarefa complicada, até mesmo hoje não me livrei desses medos de me revelar. Mesmo assim, poucos meses antes de mamãe se ir, abri meu coração para ela. De forma parcial, claro. Falei das minhas pretensões e perguntei-lhe sobre o que ela supunha que meu pai acharia daquilo tudo.

— Não vejo mal. Estevão também não verá. Gastão pode muito bem ficar por aqui na fazenda e você fazer suas coisas lá na cidade. Parece-me tudo muito razoável. Espere mais um tempo e, próximo a completar idade, conversamos com seu pai de forma melhor. 

Foi tudo o que disse e bastou-me para dar-lhe um enorme beijo na bochecha direta, como nunca antes eu tinha planejado fazer. Como ela era doce! Eu poderia ter me apaixonado por aquela mulher. Quietinha e com voz rígida quando pronunciada!

Mas não há memória mais vivida, senhores, do que a de uma de nossas últimas conversas. Foi quando ela se desembestou a se abrir comigo, de um modo tão natural que era como se tivesse sido uma amiga íntima a mim por anos.

Comentou sobre um fio de cabelo branco que surgiu no topo de sua cabeça e como estava ficando velha. Ah, como aquilo a deixava triste! Tinha trinta e três anos naquele dia e começava a entrar em uma crise consigo mesma.

Eu, com catorze anos, já um aspirante a ser alguém importante, e ela em sua cadeira de balanço, enquanto costurava meias do meu pai e dissertava sobre o cabelo branco. Pegou-se indagando, mais para si do que para mim, se um dia, quando se tornasse velha por completo, com todos os cabelos brancos e rugas, ficaria tão feia e odiosa quanto à vizinha da fazenda ao lado, que possuía amargura maior que a minha de agora. Lembro até do termo que minha preciosa mãezinha usou, "tribufu". Foi isso mesmo, perguntou se se transformaria em um tribufu no futuro. Eu logo protestei com um "não, não!" E ela negou com um "sim, sim!". Ignorou a minha resposta e deu uma própria com toda a certeza que viraria mesmo um tribufu. Daí, completou —Estou tão acabada! E eu voltei com o meu — Não, não! E ela retornou com o seu — Sim, sim! Tão insistente. 

— Não, acho mamãe.

Palavra, pois eu a achava linda de doer! 

— Eu acho, estou horrível! Tenha dó, todos acham o mesmo e os que não, logo começarão a achar também. 

Estava tão inquieta com aquela possibilidade que até lhe tremia as mãos.

— Mãezinha, um dia serei alguém importante e, como tal, todo o mundo levará a minha opinião com a mesma importância que eu terei. Sendo assim, eu a considerando como a mais bela mulher desse mundo, acatarão como verdade. Será sempre a mais bela, pois serei sempre alguém importante. 

Agora vejo o tamanho tom egoísta dessa minha fala, mas mamãe viu só amor nas palavras daquele seu pequeno filho egoísta. Pude crer que ela vira somente a isso pois seus olhos cintilaram por um breve instante. 

— Meu querido, acha-me linda porque sou a sua mãe. Sempre irá me ter como linda, você não conta.

— Discordo, eu conto sim. Pois, acima de filho, sou uma pessoa sincera, ou não sou? 

Mas meu alento, caros, é saber que ela não teve que se preocupar mais com essa tal da velhice. Foi-se mais linda e mais jovem do que eu próprio sou agora. Morreu sem ver uma ruga em sua testa ou ao redor de seus grandes olhos negros. Antes de tudo isso atormentar o sono, seu corpo estava passando pela porta de entrada do casarão, umas dez semanas após essa conversa que eu tenho como tão viva. Cada frase, em meu íntimo.

E no final daquele estranho dia de quando ela se fora, meus joelhos estavam vermelhos e inchados de tanto permanecer dormentes no chão de cimento batido. Lembro das minhas mãos, ainda tão pequenas, esfregando meus olhos, enquanto clamava não apenas por minha mãe, mas pelo desespero em conjunto! Não era crível que aquelas pessoas estivessem tão quietas! Daí veio o rapaz com notícias de Belo Horizonte, a tal da guerra, comoção geral! Os dias se seguiram assim, com pessoas grudadas no rádio, como se o conflito fosse uma radionovela de sucesso. Ele agitou Vila Doracy, mesmo que os homens mortos, as famílias acabadas e os inocentes feridos estivessem do outro lado do oceano e sequer falassem a nossa língua. Enquanto isso, ninguém visitava a lápide da mulher recém enterrada, a que vivia ali bem ao lado deles. Ninguém no mundo se compadecia com meu choro! Era o garoto que perdeu a mãe, que pena! Mas vida que segue, viu as novas notícias da guerra? Soube que... E foi-se! Tinha eu desespero por me desesperar demais e os outros de menos. Fugia de casa, de manhãzinha, de tardezinha, à noitinha. Quando davam por falta de mim, sabiam onde me encontrar; debruçado naquela lápide pálida e morta! 

— Saia daí, menino, é nojento! - Reclamava o rapaz faz tudo que sempre vinha me resgatar. 

Se ainda visito essa lápide, todo dia dois de agosto, é tão somente por isso. Acordo e sou recebido pela mesma falta de compadecimento que tive aos 14 anos. Teresa nem lembra, os meninos sequer perguntam sobre a tal avó. Não há interesse, não há empatia! Nem por mim e nem pelo meu desespero, que agora é tão sutil, aparecendo na forma somente de uma cara emburrada e de uma batida inquieta nos pés da mesa. Tampouco, senhores, apiedam-se pela mulher morta há 36 anos. Ah, minha mãezinha, ela representa o durante e o fim de todos nós nessa Terra! Jogados no mundo, conformados com uma vida razoável para, no fim, haver somente o esquecimento mútuo.

E, senhores, o mais inquietante de toda essa tragédia é notar que eu, que ainda respiro em vida, já segui por esses mesmos estágios que só os mortos completam. Fui jogado na vida, conformei-me com essa vida mediana e meus sentimentos já são completamente esquecidos até pelos que habitam o mesmo teto que eu.

Estou morto, agora dou-me por conta disso. Não havia reparado até colocar essa realidade no papel mas, agora, Deus! Compreendo a tudo.

Ponho a mão no pulso e o sinto vibrar. Não resisto e confirmo levando a mesma não ao peito, com tanta força que tenho a impressão de ter meu coração pulsando em minhas próprias mãos. Minha barriga sobe e desce de ar. Que coisa! Não é possível que esse pulsar, esse coração e essa barriga sejam o que confirma um viver. O corpo reage a todas as reações químicas e biológicas, portanto, os médicos dirão que estou vivo.

Mas todo o resto... Está morto. Sou condenado a viver, mesmo já tendo completado os estágios que só os mortos conhecem, somente porque... respiro, mecho-me? Quão superficiais são essas definições que as pessoas têm sobre a vida!

[CONTINUA]