LEO III - ATENTADO - CAP. 11

CAPÍTULO 11 – ATENTADO

Leo voltou a beber. Não voltou a ver Gilda nem Haroldo, mas prometia a si mesmo que não deixaria que os dois se casassem, nem que tivesse que matar os dois e a si mesmo.

Os proclamas do casamento saíram e a data foi marcada: dezesseis de março.

Leo ficou sabendo por Tiago, um amigo que trabalhava no cartório, e resolveu mostrar novamente que estava atendo a tudo. Tomou um banho, barbeou-se, arrumou-se bem e foi até a casa de Haroldo.

Quando o rapaz abriu a porta, ele parecia calmo e tranquilo.

- Posso falar com você?

- Não quero brigar, Leo...

- Nem eu. Me deixa entrar.

Haroldo hesitou por um instante, mas lhe deu passagem. Fechou a porta e sondou o amigo. Leo estava calmo, mas estranho, e ele o conhecia bem demais para perceber isso.

- Eu soube que seu casamento vai ser no dia dezesseis... disse Leo.

- É... Daqui duas semanas.

Leo olhou-o nos olhos e sorriu.

- Meus parabéns!

Haroldo desviou o olhar.

- Você não veio até aqui pra me dizer isso, veio?

- Não... Vim pra te dar meu... presente de casamento.

Tirou de dentro da jaqueta um revólver e Haroldo ficou atônito.

- Larga essa arma, Leo...

- Sobe...

- O que você vai fazer?

- Anda! Sobe!

Haroldo obedeceu e os dois subiram.

Pouco mais tarde, quando vinha voltando do mercado com a mãe, Gilda notou, ao passar pela casa de Haroldo que a porta estava aberta. Estranhou.

- Mamãe, a porta do Haroldo está aberta... Eu vou fechar.

- Talvez ele esteja para sair, filha.

- Vou ver. Do jeito que ele é distraído, deve ter esquecido aberta e o vento a empurrou. Vai indo pra casa, eu já vou.

Ela entrou no jardim e na casa, chamando:

- Haroldo!

Nenhuma resposta. Foi até a cozinha e não encontrou o rapaz. Resolveu subir.

- Haroldo, você está aí?

Nada. Viu a porta do quarto dele aberta e foi até lá. Quase morreu se susto ao ver o rapaz deitado de bruços na cama, desmaiado. Juntou forças e aproximou-se dele. Virou-o e viu seu rosto todo ensanguentado. Gilda quase desmaiou, mas procurou ser forte. O rapaz precisava de ajuda. Foi até a janela e gritou:

- Papai, corre aqui! Pai!

Haroldo foi levado à casa do médico e colocado no quarto dela. Alcântara cuidou dele debaixo dos olhos aflitos de Gilda que não conseguia entender como aquilo poderia ter acontecido.

Quando Alcântara fez o último curativo no rosto do rapaz, lavou e enxugou as mãos, olhou para a filha e perguntou:

- Você sabe quem fez isso, não sabe?

Gilda ficou assustada com o tom de voz do pai e não respondeu. Mas teve que pensar em Leo, mesmo sem querer admitir sua culpa em tudo aquilo.

- Quando ele acordar, vai confirmar minhas suspeitas. Cuide dele. Vou pedir à Júlia para fazer um chá.

O médico saiu do quarto. Gilda foi sentar-se junto de Haroldo e tocou a testa do rapaz que agora dormia tranquilo. Seria possível que Leo tivesse sido capaz de tamanha barbaridade contra o próprio amigo? – ela pensava.

Haroldo acordou duas horas depois. Gilda estava ainda a seu lado e ele olhou para ela que sorriu, tocando sua testa.

- Gilda...

- Psiu... Não fala, descansa. A gente conversa depois.

- Eu não posso me casar com você... Não posso...

- Tarde demais, garoto. Faltam só duas semanas. Você não pode mais fugir de mim... ela disse, sorrindo. – Vamos só nos preocupar com a sua melhora e depois descobrir quem fez isso com você.

- Você sabe quem foi... E ele tem razão... Você não pode ser minha. Você já é dele!

Gilda sentiu o peito doer.

- Foi o Leo?

- Ele te ama...

Ela engoliu o choro e disse:

- Se ele fez isso com você, não pode ser amor o que ele sente, e eu não posso ser de um homem que faz isso com um amigo.

- Ele te ama!

- Não posso perdoá-lo nunca por isso, Haroldo. Eu vou ser sua mulher sim e vou ser muito feliz... Agora descanse. Fique quietinho e descanse...

Ela o beijou. Haroldo fechou os olhos e apertou a mão dela. Uma lágrima rolou pelo canto de seu olho.

LEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEO III

ATENTADO - CAPÍTULO 11

Velucy
Enviado por Velucy em 14/10/2017
Reeditado em 18/10/2017
Código do texto: T6142028
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