TEACHER - DÉCIO, PAI FRESCO - CAPÍTULO 3

DÉCIO, PAI FRESCO – Capítulo 3

Na saída da sala de aula, Tereza foi ouvindo as reclamações do colega até o estacionamento, em silêncio.

- Pensei que você fosse minha amiga, droga! – ele disse para finalizar, subindo na moto.

Ela cruzou os braços envolvendo os cadernos e perguntou:

- Acabou?

- Não, deixo os palavrões pra depois do almoço.

- Rupert, eu sou sua amiga. E como sua amiga, acho que você não devia mais esconder isso da Laura. Se você gosta dela, diga isso a ela!

- Pra ela rir na minha cara, espertinha? Não!

- Rir na sua cara? Ela não faria isso. Ela é a professora mais bacana da faculdade inteira!

- Essa é a palavra! Professora! Ela poderia até não rir, mas bateria na minha cabeça e diria: “Sinto muito, filho, mas você é só um aluno da faculdade e eu não posso me envolver com alunos, neném.” Não, Tereza, não dá.

- Tente! O que custa? Pelo menos você fica livre dessa dúvida. Se ela não te aceitar, tenta esquecer e pronto! Parte pra outra.

- Partir pra outra... É, quem sabe eu não me apaixono pela professora de Biologia, no campus de Biomédicas. Ela é uma gatinha também. Tem só uns oito anos a mais que eu. Só que é casada... Não sei se seria uma boa ideia.

Tereza riu.

- Vai, sobe aí. Estou morrendo de fome. Vamos dar o fora daqui. Você sabe por que o Décio não veio hoje?

- A Luíza já foi pra maternidade, hoje.

- Já ganhou?

- Não ainda. Vamos dar uma passada lá?

- É uma, mas eu estou com fome.

- A gente almoça e vai. Avisei minha mãe.

- Ok, my friend! Let’s go!

Depois de almoçarem, foram até a maternidade visitar a esposa de Décio, outro colega de classe.

Ao chegarem ao hospital, já o viram conversando animado com os pais na porta do quarto de Luíza, sua mulher.

- Poxa, que bom que vocês vieram, falou ele, apertando a mão de Rupert e beijando Tereza no rosto.

- O que é? – Tereza perguntou, curiosa.

- Um menino, claro! Um garotão lindo! Não falei que ia ser um menino? Vai ser Rupert mesmo! Eu tinha que ter um filho com esse nome chique à beça! – falou ele animado, envolvendo o amigo num abraço.

Rupert riu, sem jeito. .

- Você é doido!

- A gente pode entrar pra ver a Luíza? - Tereza perguntou.

- Claro! Ela está com a Laura e o reitor aí dentro. Eles chegaram agora há pouquinho. A Luíza convidou a Laura pra ser a madrinha.

Rupert e Tereza se olharam e ela sorriu amarelo.

- Que caras são essas? Não gostaram? – Décio perguntou.

- Claro! – Tereza falou. – Adoramos a Laura. Vocês escolheram, bem. Vamos entrar logo que eu quero ver a Luíza e o bebê.

Tereza puxou Rupert pela mão e entrou no quarto com ele.

Luíza estava toda sorridente com o bebezinho no colo. Laura estava do seu lado direito e o reitor do outro lado.

- Bom, já que chegaram mais visitas, acho que vou indo, falou o reitor. – Meus parabéns, Luíza. Seu filho é lindo! Você vai ficar, Laura?

- Só mais um pouquinho, ela disse, olhando para Rupert discretamente.

- Então até logo. Se você fosse professor teria cinco dias de licença paternidade garantidos, Décio, mas como não é... vou lhe dar o sábado e o domingo, ok? Segunda... aula de novo.

- O senhor é tão generoso, professor. Obrigado mesmo.

- Obrigada pela visita, professor, disse Luíza.

Ele saiu.

- Que bom que vocês vieram! Venham ver o meu bonequinho novo!

Tereza aproximou-se dela, toda assanhada e começou a fazer gracinhas segurando a mãozinha do garoto. Rupert ficou ao lado de Laura e não sabia o que dizer ou fazer.

- A Luíza disse que ele vai ter seu nome? – ela perguntou a ele.

- É... Ideias malucas de amigos maravilhosos! – ele falou, sorrindo. – Desde o início da gravidez da Luíza, eu ouço essa estória, mas não pensei que eles fossem levar a sério. Rupert é um nome... tão... difícil.

- Raro… Laura completou.

- O Décio adora esse nome, falou Luíza. – Mas não é só por isso. O Rupert livrou nossa barra várias vezes, antes da gente encomendar o bebê... e depois também. Devemos muito a ele.

Laura olhou para ele que corou levemente e pigarreou.

- Ela está exagerando, professora.

- Por que isso agora? Sou a Laura, esqueceu?

- Ele fica todo cerimonioso quando fica envergonhado. Não é uma gracinha! – Luíza disse, tocando a mão do rapaz. – Rupert, você e a Laura vão ser os padrinhos do bebê. Não é genial? Ela já aceitou.

- É... Genial...

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Welcome to my dreams...

CAPÍTULO 3

Velucy
Enviado por Velucy em 24/10/2017
Código do texto: T6151464
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