TEACHER V - FILHO DE QUEM? - CAPÍTULO 12

FILHO DE QUEM? – Capítulo 12

Rupert tomou seu banho, almoçou com o pai e Laura, e depois de despedir-se dos dois, ela foi levá-lo ao portão.

- Convidei a Carla hoje pra formatura.

- Mesmo? E ela?

- Aceitou no ato. Só que ela disse que vai ao seu apartamento no sábado.

- Ao meu apartamento? – ela perguntou, apreensiva.

- Como você vai fazer? Esconder a barriguinha na gaveta, benzoca? Nem um camisão meu esconde mais.

- Vou contar pra ela.

- Vai arriscar de novo? Esses seus amigos são tão inconstantes...

- Não julgue os meus amigos pelo Matheus, Rupert. E eu até que entendo ele. Só não preciso dizer a ela que o bebê é seu.

- E vai dizer que é de quem? Dele?

- Por que não?

- Porque não, oras! – ele protestou com um riso nervoso.

- Foi o único homem que eu namorei publicamente em dez anos, Rupert.

- Laura, você pode dizer que o seu bebê é filho de qualquer pessoa, do Pelé, do Zico, do presidente da república, de proveta, produção independente, o que for... mas não do Matheus! E tenho dito! Quer que eu traduza pro alemão?

Laura ria, mesmo estando nervosa também.

- Produção independente, então? Pronto! Não fica nervoso! Feliz aniversário.

- Qualquer coisa... ele disse, beijando-a. – Feliz aniversário, amor. Te amo. Tchau!

Ele saiu correndo. Laura ficou no portão, vendo-o se afastar e virar a esquina. Quando ia entrando na casa, viu Tereza se aproximando e esperou. A moça parou e ficou olhando para ela. Laura chegou a sentir-se sem jeito por estar sendo medida.

- Tudo bem, Tereza?

- Tudo... e você? – perguntou a moça, sem sinal de hostilidade na voz.

- Bem.

- Você está... muito bonita. O Rupert tinha me dito que você estava grávida e eu... estava com muita vontade de te ver... mas você parou de ir à faculdade. Entrou de licença... saúde.

- É… Eu tirei licença saúde porque ia ficar estranho tirar licença gestante com tão pouco tempo de gestação... Não queríamos que ninguém... soubesse ainda na faculdade. Minha licença saúde é por tempo... indeterminado.

- Pena... A Carla é ótima, mas a gente já estava acostumado com você. Estamos sentindo sua falta... de verdade.

- Obrigada. Eu também sinto.

- Eu sei que você já deve fazer isso, mas... lembra da gente, sempre que olhar pro Rupert.

- Não precisa nem pedir, Tereza.

- Seu bebê é pra... setembro, não é?

- Isso.

- Já sabe o que é?

- Ainda não com certeza, mas acho que é menino.

- Intuição?

- Acho que sim.

- Eu confio nessa intuição.

- Eu também.

- O Rupert vai ficar muito feliz. Já vejo ele babando esse molequinho todo bobo... se for mesmo menino...

Laura apenas sorriu e acariciou a barriga, pensando naquilo.

- Tchau, Laura.

- Tchau, Tereza, foi muito bom te ver.

A moça afastou-se. Laura sentiu-se leve, depois daquela conversa. Mostrava que Tereza não estava mais com raiva dela.

No dia seguinte, Tereza comentou com Rupert que tinha visto Laura.

- Ela está muito bonita grávida, ela disse, sentada junto dele na lanchonete.

- Obrigado pela parte que me toca, ele falou, sorrindo.

- Convencido, ele falou, brincando.

Ele tomou um gole de refrigerante e ela ficou olhando para ele. Ao se perceber observado, ele perguntou:

- O que foi, Teca?

- Posso te perguntar uma coisa?

- Claro!

- Você já pensou… se eu tivesse ficado grávida naquela vez que nós...

Ele olhou rapidamente para ela.

- Tereza, para com isso!

- Era possível, não era?

- Não, não era e não foi. Para de dizer besteira. Eu já fiquei com a consciência pesada um tempo bem grande depois daquela noite. Só não fiquei pior porque a Laura me perdoou e você ficou legal, senão...

Ela olhou por cima do ombro dele e disse:

- Xi, Rup! Olha quem vem vindo ali!

Ele olhou para trás e viu Matheus se aproximando. Voltou a olhar para ela rapidamente.

- Meu Deus! Ele vem vindo para cá?

- Acho que sim.

Matheus aproximou-se e sentou na mesa perto deles.

- Não precisa fingir que não me viu, rapazinho. Eu sei que você me viu.

Rupert olhou para ele.

- Vim só pra te dizer que seu reinado está acabando. Encaminhei uma carta ao redator-chefe do jornal e mandei uma cópia pro reitor, hoje, contando da sua futura... paternidade. Se tudo der certo... nem do baile de pro-formatura você vai fazer parte. Perca as esperanças.

Ele saiu como chegou. Rupert deixou cair a cabeça sobre os braços cruzados sobre ela na mesa, desesperado.

- O que eu faço, Tê? Me dá uma luz, pelo amor de Deus!

- Calma, Rupert! O Gerson não falou que te ajudava? Confie nele.

- Preciso falar com ele... Vem!

********************************************

Welcome to my dreams...

CAPÍTULO 12

Velucy
Enviado por Velucy em 13/11/2017
Código do texto: T6170279
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.