TEACHER VI - DESPEDIDA - CAP. 5

DESPEDIDA – Capítulo 5

Depois de acomodar Laura em sua cama e certificar-se de que ela estava mais tranquila, Rupert perguntou, sentado a seu lado na cama.

- Você está bem mesmo? Não quer que eu ligue pro seu médico?

- Não, eu estou bem. Vitória, não é?

- A primeira.

- Se for menina, nossa filha poderia se chamar Vitória.

Ele fez uma careta segurando e olhando para a mão dela na sua.

- Não gosta?

- Não... E eu acho que você devia fazer logo o exame pra descobrir se esse bebê é menino ou menina. Estou cansado de chamá-lo de bebê.

- Eu vou fazer, ela disse sorrindo, passando a mão pelo rosto dele.

- Tenho tanta coisa pra conquistar ainda...

- O quê, por exemplo?

- A gente começou do fim, Laura. Foi bom, foi gostoso, excitante... mas eu tenho consciência de que tenho que fazer muita coisa pra tornar minha vida uma vida normal, no curso certo. Eu ainda não tenho nada meu, a não ser você e nosso filho. Mas eu ainda não tenho um emprego descente, não tenho uma casa, não tenho nada... pra merecer ter tudo isso.

- Vai ter em breve, meu amor. Uma coisa de cada vez. Termine a faculdade, primeiro, depois a gente pensa nisso. Não vamos estragar esse dia, hum?

- Tudo bem. Você pode mesmo ficar sozinha? Vou até em casa contar pro velho que a ideia dele deu certo.

- Ideia dele?

Rupert riu.

- Depois eu te conto. Eu volto à noite.

- Por que você não traz ele pra cá, Rupert? Fica sempre tão sozinho naquela casa e pode ser perigoso pra ele. Esse apartamento é grande e temos um quarto vago.

- Temos? Não, você tem.

- Vai começar com isso de novo? Quer brigar comigo sobre quem tem o quê? Estamos casados em comunhão de bens, esqueceu.

Ele sorriu triste.

- Bens adquiridos depois do casamento... Já disse que eu tenho só a aliança.

Laura respirou fundo e não quis discutir.

- Traz seu pai pra cá.

- Se ele aceitar sair daquela casa... Não acredito muito. Vou tentar. Comportem-se os dois. I love you both... so much!

Ele beijou as pontas dos dedos e deslizou pelos olhos dela com eles, fazendo-os se fecharem. Depois beijou sua barriga.

- Dorme. Não me espera.

Ia já chegando em casa quando encontrou Tereza indo para lá também. Ela o abraçou.

- Parabéns pela vitória, amigo!

- Devo isso a você também, baixinha. Obrigado.

- Pensei que você já estivesse em casa.

- Não, estou indo pra lá. Fui levar a Laura em casa. Ela ficou bem fora do eixo com tudo que aconteceu. Fiquei com medo pelo bebê. Mas ela já está bem. Vou ver se levo meu pai pra ir morar comigo e ela no apartamento dela.

- Você vai mudar daqui?

- Se meu pai for comigo, sim.

- Será que ele vai?

- Não sei. É isso que vamos ver.

Os dois entraram na casa e ele chamou:

- Pai!

Régis não estava na sala nem em seu quarto. Tereza foi procurá-lo na cozinha e ele também não estava lá.

- Será que ele está lá fora na rede? – ela perguntou.

- Pai! – Rupert chamou de novo, saindo para os fundos da casa.

Ele viu velho deitado na rede, adormecido. Rupert aproximou-se e abaixou-se junto dele, chamando baixinho para não assustá-lo.

- Pai!

Régis não respondeu, nem acordou. Rupert estranhou, pois o pai tinha o sono bem leve quando não estava bêbado e há tempos ele não bebia mais. Ele ajoelhou-se junto do pai e tornou a chamar, tocando sua mão:

- Pai...

Rupert notou que a mão dele estava fria e segurou seu pulso. Não sentiu batimentos. Régis estava morto.

- Meu Deus... Tereza!

A moça apareceu saindo da cozinha.

- Que foi?

Rupert abraçava o pai, chorando.

- O que foi, Rupert?

- Ele... foi embora, Tê... Meu pai deixou a gente...

Os olhos dela encheram-se de água e Rupert abraçou o pai, beijando sua testa.

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Welcome to my dreams...

CAPÍTULO 5

Velucy
Enviado por Velucy em 14/11/2017
Código do texto: T6171752
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