TEACHER VI - MULHERES! - CAP. 7

MULHERES! – Capítulo 7

Quando Rupert acordou, Laura estava recostada em travesseiros ao lado dele cochilando. Ele tocou sua mão e ela abriu os olhos e sorriu.

- Não me diz que você dormiu nessa posição, Laura.

- Eu estou bem confortável aqui. Meus travesseiros são muito relaxantes, você não acha?

Ele passou a mão pelo rosto e perguntou:

- Que horas são?

- Sete, sete e pouco… não sei…

Ele levantou-se e sentiu a cabeça pesar.

- Fica deitado, meu bem.

- Eu preciso ir pra faculdade.

- Rupert, todo mundo vai entender, se você não for. Não vá hoje. Você não está bem ainda.

Ele saiu da cama e foi para o banheiro. Tomou um banho e vestiu-se para sair, sob os olhos preocupados dela.

Ajeitava os cabelos no espelho do quarto quando viu o reflexo na aliança pendurada no pescoço. Segurou-a e tirou da corrente. Depois aproximou-se de Laura, ainda sentada na cama e entregou a ela.

- Põe de novo.

Ela sorriu e segurou a aliança e a mão esquerda dele, colocando a argolinha de novo em seu dedo, depois de beijá-la.

- Cadê a sua?

Laura abriu o porta-jóias sobre o criado-mudo e deu a ele a sua aliança. Rupert fez a mesma coisa e a beijou.

- Agora é ir à luta. Você está bem?

- Estou…

- Qualquer coisa, me liga lá na faculdade mesmo, tá? Você tem o número da redação do jornal. O pessoal me chama.

- Eu estou bem. Vá sossegado. E você, está bem?

- Estou. Estou bem, sim. Tchau. Te amo.

Na faculdade, não faltaram as condolências a Rupert pela morte de seu pai nos primeiros dias e logo as coisas foram voltando ao normal.

A única coisa que não estava normal era o desaparecimento de Matheus.

O professor de Matemática não aparecia para trabalhar a uma semana. Muitos apenas comentavam e outros sabiam bem por que, mas Matheus não voltou mais à faculdade, pelo menos não naquele semestre. Quando os alunos perguntam por ele, a secretária comunicava a todos que ele tinha tirado uma licença prêmio que iria se prolongar até as férias de julho. No seu lugar ficou Tibúrcio, um professor bem mais velho, mas bem mais austero que ele e a turma teve que se adaptar, já que o ano estava acabando e todos precisavam de nota.

As férias vieram, agosto chegou e com ele a correria dos alunos da comissão para a venda dos convites do baile de formatura que foi antecipado para o final daquele mês, para que Rupert pudesse participar com tranquilidade, porque seu filho estava para nascer nos próximos meses e ele não conseguiria trabalhar na comissão sob tanto estresse.

O jornal teria uma matéria especial sobre o baile e todos os alunos já pensavam no professor ou professora que iam escolher para dançar a valsa.

Rupert estava na redação trabalhando nisso quando sentiu duas mãos macias em seus ombros e uma voz conhecida que perguntava:

- Quem você vai escolher esse ano, gatinho?

Ele virou-se e viu Laura ali, perto dele.

- Laura!

Ela o beijou e sentou-se perto dele, acenando para os demais alunos que estavam ali na sala com ele.

- Oi, crianças!

- Oi, professora, disseram todos, e voltaram a trabalhar.

- O Hélio te proibiu de sair de casa, amor.

- Eu vim no carro dele, com ele mesmo, depois da consulta de hoje. Ele está esperando por mim aí embaixo. Está tudo bem. Vim só pra ver a agitação do pré-baile. Estava com saudades...

- Você está bem mesmo? – ele perguntou, preocupado, tocando sua barriga. – Sério?

- Claro! Não se preocupe. Continue trabalhando. Não quero atrapalhar.

- Já atrapalhou, ele disse, beijando seu rosto.

Carla entrou ali.

- Eu ouvi dizer que você estava no campus e vim te ver. Tudo bem?

Trocaram dois beijinhos.

- Tudo. Como vai, Carla? Pronta pra levar meu aluno predileto aos louros da glória?

- Preparadíssima! Aliás, ele não é só possessão sua, meu bem. As garotas do Quarto T.I. me olham torto desde que souberam que eu sou a madrinha dele. Culpa, sua! Querem de qualquer jeito que seja você. E haja pra explicar que uma mulher com bebê novo mão pode se dar a esse luxo? Todas estão com ciúme dele por você.

- Isso é ótimo! Pelo menos eu sei que ele está bem seguro. É de todas, mas de nenhuma.

- Querem parar com essa estória de “to be or not to be”? – ele disse. - Eu não sou um ovo de páscoa, poxa!

As duas riram.

- Você ainda vai conseguir vir ao baile? O de pro-formatura, digo, na semana que vem?

- Não! – ele respondeu, antes dela.

- Sim! – Laura rebateu, passando a mão pelo rosto dele.

- Eu estou só grávida, não estou aleijada! Se você não quiser, não precisa dançar comigo, mas eu não vou perder esse baile. É o seu baile de pro-formatura e, já que não vou poder vir no outro, nesse eu vou estar.

- Não é de dançar que eu estou falando, me refiro à fragilidade dessa gravidez, Laura.

- Eu já combinei com o Hélio. Ela vai vir comigo.

- Carla, por favor, convence ela a não fazer essa maluquice! Nem o médico dela me ajuda!

- Se ela não se cansar, não vejo porque tanto medo, Rupert. É só ficar quietinha num canto, sentadinha na mesa e tudo bem.

Laura sorriu e segurou a mão da amiga em agradecimento.

- Mulheres! – ele reclamou, balançando a cabeça.

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Welcome to my dreams...

CAPÍTULO 7

Velucy
Enviado por Velucy em 15/11/2017
Código do texto: T6172215
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