TEACHER VI - EMERGÊNCIA - CAPÍTULO 11

EMERGÊNCIA – Capítulo 11

Gerson subiu ao palco e tentou tirar o microfone das mãos de Matheus. Ele não deixou e o empurrou. Dois seguranças se aproximaram para socorrer Gerson, mas ele mesmo pediu que eles esperassem para evitar confrontos maiores, afinal de contas, era um professor da faculdade.

- Não! Agora você vai me deixar falar! – Matheus continuou falando. -Tem uma porção de coisas que essa garotada não sabe sobre esse indivíduo que estudou com eles por quatro anos! Rupert! Rupert Lauter! Aproveitou-se da ingenuidade e do romântismo de uma de suas professoras, depois de seduzi-la pelos meios mais sórdidos. Casou-se com ela escondido de todo mundo! Depois de ter prometido ao reitor que não tinha mais nada com ela, só pra garantir sua permanência nessa faculdade.

Laura se levantou bem devagar.

- Laura, vamos sair daqui, pelo amor de Deus! – pediu Rupert. – É masoquismo ficar aqui ouvindo isso!

Ela segurou sua mão e continuou firme olhando para Matheus.

- Esse gigolozinho de segunda conseguiu enganar todo mundo, todos vocês! Namora todas as garotas da classe, inclusive a sobrinha do reitor e ainda tem... a cobertura da professora de Inglês que está grávida dele!

Laura sentiu tudo rodar e desmaiou. Rupert a segurou desesperado.

- Laura!

Hélio o ajudou a segurá-la.

- Pode deixar que eu a tiro daqui, Rupert. Procure um telefone e ligue para o hospital avisando que estou indo pra lá. O número está aqui na bolsa dela. Vai ficar tudo bem.

Hélio e mais alguns rapazes que estava por perto levaram Laura para o carro e ele correu com ela para o hospital.

Rupert correu à sala da sede do clube e ligou para o hospital avisando e, a essa altura, os alunos vaiavam Matheus e gritavam ainda mais alto que ele em protesto.

O rapaz atravessou a massa de pessoas, subiu ao palco e ficou diante de Matheus que apontou para ele e disse:

- Eis aqui o gigolozinho! Que é? Veio tirar satisfações, garotão? Não consegue ouvir verdades?

Rupert o segurou pelo colarinho e o desceu do palco a força. Já no chão, um soco só e o professor caiu no chão, desmaiado. A confusão acabou.

Seguranças ajudaram a levar Matheus para fora do clube e alguém o tirou dali.

A festa continuou. Só não para os amigos de Rupert que foram com ele para o hospital.

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Sentando ao lado de Tereza, com o rosto apoiado nas mãos, ele esperava como todos os outros, mal contendo a própria ansiedade.

Uma hora depois, Hélio apareceu no corredor e chamou:

- Rupert!

O rapaz levantou-se rapidamente e foi até ele.

- Por favor, Hélio, me dá uma notícia boa.

- Ela está bem. Os dois estão...

Rupert respirou aliviado e as lágrimas caíram dos olhos.

- Mas agora os cuidados serão dobrados. Eu vou ter que fazer cesariana.

- O quê?

- Ela vai ter que ficar internada. Há um enorme risco de ela perder o bebê a qualquer momento. Se ela voltar pra casa, tem vinte por cento de chance de conseguir levar a gravidez a termo.

- Vinte? Isso não é muito pouco, não?

- Por isso eu quero tirar o bebê antes... Ele está sofrendo.

Rupert ergueu as mãos atrás da nuca.

- E eu não queria que ela fosse a esse baile... Por que eu deixei?

- A culpa não foi sua. Eu sou testemunha disso. E ela se divertiu. O aparecimento daquele... professor maluco foi um acaso. Não se martirize com isso.

- Eu posso vê-la?

- Claro, pode entrar, mas seja breve. Já vão começar a prepará-la pra cirurgia amanhã bem cedo.

Rupert entrou no quarto e chegou até perto da cama. A enfermeira que estava com Laura afastou-se para ele se aproximar. Ele segurou a mão dela e ela sorriu.

- Desculpa o susto…

- Que nada. Eu gosto de viver perigosamente, não sabia, não?

- Meu príncipe…

Rupert tocou sua barriga e a beijou.

- Depois que ele nascer você não vai mais nem no banheiro sozinha, pra largar de ser teimosa.

Laura riu. Rupert colocou o ouvido sobre a barriga e falou:

- Oi, filhote! How are you there inside? Fica tranquilo, viu? Você já sai daí.

O rosto de Laura ficou sério e ela apertou a mão dele.

- Rupert!

Ele olhou para ela e uma lágrima correu pelo canto do olho dela.

- Que foi? Por que você está chorando? Já vai acabar.

- Eu estou com medo.

- Medo? Não… medo não é uma coisa legal de sentir num momento desses. Está com medo de ter o bebê? Você vai tirar isso de letra, amor.

- Estou com medo de deixar você...

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Welcome to my dreams...

CAPÍTULO 11

Velucy
Enviado por Velucy em 16/11/2017
Reeditado em 19/11/2017
Código do texto: T6173646
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