TEACHER VII - TROCA DE FUNÇÃO - CAP. 11

TROCA DE FUNÇÃO – Capítulo 11

No salão do baile, a elegância dos formandos era o que mais surpreendia por toda a parte. As moças de azul royal e os rapazes de branco faziam um contraste bonito, debaixo da luz negra que girava no teto do salão.

Logo que entraram, Rupert falou:

- A gente fica até a meia noite, tá? Não acho legal o Leo ficar no meio desse barulho todo muito tempo. É muito pequenininho, não é, filho?

- Eu posso ir embora sozinha e você fica até o fim, Rupert...

- Claro que não! A gente dá o fora à meia noite, feito a Cinderela. Já estou de branco mesmo. Prometo não virar um gato borralheiro.

- Pena cortar seu baile no meio... Laura falou.

- A gente faz o resto da festa em casa, ele falou, beijando-a com segundas e terceiras intenções.

Laura riu.

Dentro do salão, eles encontraram Décio e Nelson com suas respectivas garotas, Luíza e Sara.

- Cadê o Bob, Décio? – Rupert perguntou, sentindo falta do afilhado.

- Deixei com a minha mãe. Ele anda terrível.

- Judiação! – falou Laura. – Agora que ele está na idade de fazer farra num baile, vocês o deixam em casa?

- Só Deus sabe o quanto doeu, falou Luíza. – Mas o Décio não ia poder se divertir e é o baile dele, não é, amor?

Ela beijou o marido que disse:

- E a gente tem o Leonardinho aqui e ele representa os dois. Não é, bebê?

- Posso pegar meu afilhado, Rupert? – Luíza pediu.

- Claro! – disse ele, entregando o filho a ela. – Madrinha é pra essas coisas. Aliás, isso me deu uma ideia. Dá pra vocês ficarem com ele um pouquinho? Vou dar uma... dançadinha!

Rupert pegou a mão de Laura e piscou para Décio, que olhou para ele e entendeu o recado. Era o pagamento pelo seu tempo de ama seca. Luíza riu, dizendo.

- Agora é a vez dele, querido.

Os dois afastaram-se.

Sara sentou-se perto dela para paparicar também o bebê. Nelson perguntou:

- Vamos dançar também, Sarinha?

- Daqui a pouco. Pega um refrigerante pra mim, amor?

- Também quero Décio, disse Luíza.

Os dois olharam-se e resolveram ir fazer o que suas mulheres pediam.

Já no meio do salão, na pista, dançando com o marido, Laura falou:

- Não entendi... O que aconteceu ali?

- É uma longa estória... No ano passado, o Bob era bebê no baile e eu tive que bancar a babá dele. Fiquei segurando ele pra eles dançarem. Agora eles estão fazendo o mesmo por mim.

- É justo. E nosso menino é mais tranquilo que o Bob. Não vai dar tanto trabalho.

- Ah, uma vezinha só. Também não quero deixar o Leonardo sozinho sem um de nós por perto.

- Você está me saindo um pai muito possessivo. A Luíza parece ser uma boa mãe.

- E é, mas não é você. Nada substitui a mãe.

Ela olhou para ele, pensativa.

- Que foi?

- E se eu tivesse morrido no parto, quando nosso filho nasceu?

- Ah, Laura, pelo amor de Deus, esse papo agora?

- Só uma pergunta. O que você teria feito pra me substituir?

Ele ficou em silêncio e encostou o rosto no dela, abraçando-a mais forte.

- Teria morrido em vida como seu pai? – ela insistiu.

Rupert voltou a olhar para ela sério e respondeu:

- Não sei... Você pensa que eu não pensei no meu pai naquele dia? Pensa que eu não me senti no lugar dele, quando minha mãe morreu? Acho que eu fiz até pior que ele. Eu morri antes de saber... qualquer coisa sobre você. Foi por isso que eu não fui ver o Leo, quando ele já estava na incubadora. Eu tinha medo de não saber o que fazer com ele... sem você pra me ajudar. Tinha medo de não saber o que dizer pra ele sobre o que eu tinha feito com a mãe dele. Espero que ele me perdoe, se um dia ficar sabendo dessa minha... falha.

- Não vai saber. Não por mim, porque eu não vou dizer. Ele tem coisas mais interessantes e relevantes pra saber sobre o pai dele.

- E vamos parar com esse papo que me deprime? - ele disse. - Acho que é por isso que eu quero ficar maior parte do tempo com ele, quando eu puder ficar.

Laura o beijou e encostou o rosto no dele novamente.

- Você me arrepia, sabe? – disse baixinho.

Ele sorriu e esnobou:

- É o que elas dizem...

Ela sorriu, enquanto fingia enforcá-lo com as duas mãos em volta de seu pescoço.

- Eu te amo...

- Ich liebe dich… I love you... Je t’aime… yo te amo…

Ele disse as frases, beijando a mulher no intervalo de casa uma delas.

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Welcome to my dreams...

CAPÍTULO 11

Velucy
Enviado por Velucy em 20/11/2017
Código do texto: T6177236
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