Oração dos Desesperados

Tende piedade meu eu

Da insanidade que perturba meu ser

O que pulso sentir estais dilacerado

Dentro de mim, um coração esmerilhado...

Tende complacência

Da servidão que premedita minha ida

O que penso existir estais em decadência

Liberte minha alma escrava, da lida maldita...

Tende clarividência

Do assombro que parte meu silêncio

O que pressinto acreditar estás perecendo

Revire os medos, antes que revele meu avesso...

Tende clemência

Da abominação que distorce meu íntimo

O que sinto estás em demência

Faças o que sois ressuscitar ímpeto...

Tende compaixão

Da injustiça que retalha minha vida

O que posso crer estais sem rumo

Açoite a sorte, me erre do beco da perdição

Espero o desespero desaparecer

Mas a verdade é santa e casta

Aparece-me como fantasma

Perambula meu eu para sustentar o que ser...