ANOMALIAS E CRISES NA CIÊNCIA

Segundo Thomas Kuhn, ao estabelecer-se um novo paradigma no campo científico, as opiniões e procedimentos adotados pelos cientistas são desenvolvidas pelos tais com objetivos comuns. Sendo que no decorrer deste processo os cientistas revelam de forma sistemática a teoria para confrontar a realidade. Por vezes surgem naturalmente algumas provas inesperadas que são chamados por Kuhn de “anomalias”. Ou seja, aquilo que não tem explicação ou justificação dentro do paradigma é incompatível com o resultado esperado pelos cientistas. Sendo que eles podem por vez serem deixados de lado, porém, podem chamar a atenção dos cientistas principalmente quando põem a prova os trabalhos destes. Neste contexto é bom lembrar que um dos objetivos do cientista é a tentativa de resgate da teoria que fora contrariada, ou então a ruptura com o modelo atual.

Em muitos casos as anomalias são resolvidas de maneira fácil, pois surgem respostas para estes problemas dentro do próprio paradigma através da pesquisa cientifica. Sendo assim, o paradigma do momento muitas vezes é fortalecido através destas soluções encontradas. Contudo, mesmo quando um paradigma não traz uma resposta que satisfaça a anomalia não representará o seu fim, isto por que as anomalias somente, não são suficientes para derrubar um paradigma. Destarte, para isto ocorrer deve surgir um novo paradigma que contenha uma explicação satisfatória e que seja melhor do que o paradigma que está em crise. Mas a substituição de paradigmas dá-se por meio de rupturas com a prática da ciência normal e com o abandono do conjunto de conceitos, e também certos princípios que integram o modelo antigo.

Com tudo isto, Kuhn de fato não deixa de tecer suas críticas a Karl Popper e seu método falsificacionista:

“Um olhar cuidadoso dirigido a atividade cientifica da a entender que é na ciência normal onde não ocorrem os tipos de teses de Karl, e não a ciência extraordinária que quase sempre distingue a ciência de outras atividades. A existir um critério de demarcação entendo que não devemos procurar um critério nítido e nem decisivo, e isto só pode estar na parte da ciência que Karl ignora”.(Kuhn.p.11,1975)

Segundo o refletir Kuhniano, uma descoberta começa quando se tem consciência de que existe uma anomalia, ou seja, saber que a ciência não teve êxito conforme as expectativas paradigmáticas necessitam. Explorasse daí o local onde ocorreu a anomalia de forma insistente, então o trabalho é encerrado quando a teoria deste paradigma for ajustada e a anomalia volte à normalidade. Contudo ainda há a possibilidade de reverter uma crise dentro do próprio paradigma, más isto é realizado segundo Kuhn com critérios, pois não há elementos que façam que uma solução ou outra encontrada para trabalhar com anomalias seja mais apropriada. E como se soluciona estes problemas, isto é, como são superadas estas anomalias?

Ao analisarmos o momento em que a ciência normal consegue dedicadamente reverter uma situação de crise paradigmáticas faz necessário então perceber que existe um momento delicado neste processo, é quando ocorre o enfraquecimento das forças do paradigma em consequência da crise. Nesta hora ocorre uma mudança de rumo, ou seja, recupera-se a capacidade de explicação da ciência normal. E isto por vezes ocorre com a introdução de uma gama de elementos ad hoc ao corpo paradigmático. Quando, porém usam-se teorias neste processo pode ocorrer o fortalecimento do paradigma pela falta de uma teoria mais eficaz, isto é a teoria que não contém um fundamento suficiente para dar conta deste campo de pesquisa.

Resumidamente referindo-se ao esquema proposto por Kuhn ao explicar o processo de evolução da ciência, percebe-se o objetivo deste autor que não mais era do que a explicação da evolução da ciência físico-natural, sendo que em sua obra “Estrutura das Revoluções Cientificas”, isto fica claro através dos exemplos encontrados que são provenientes da física e química.

Torna-se algo interessante este trabalho quando percebemos que para Thomas Kuhn a existência de interruptos paradigmas deixa nítido que quem se encontra errado e sem resposta atualmente, pode estar com repleta razão amanhã. Logo, uma teoria por ter perspectiva minoritária hoje não quer dizer que seus conceitos estejam errados e futuramente possam ter utilidade, e assim contribuírem para o avanço da ciência e o bem da humanidade.

PEDRO ANDRÉ PIRES DE ALMEIDA

PEDRO ANDRÉ ALMEIDA
Enviado por PEDRO ANDRÉ ALMEIDA em 19/02/2011
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