"O sofismo é a arte dos hipócritas." — Ale Ruffini)

Este sistema educacional público predispõe o aluno a sentir raiva do professor e tê-lo como adversário. Como? Desde a disposição das cardeiras em sala de aula superlotada e reverbero do quadro, por má iluminação, até critérios de avaliação mascarados de justiça, no caso, dar-se pontinho para tudo: subornos mil. O aluno esvaziado do conhecimento útil, incompetente funcional, não respeita o professor porque o toma por metonímia como parte do sistema. Já na rua, alunos e ex-alunos nos cumprimentam como se eles não tivessem problema nenhum conosco na sala de aula: "bons amigos"

Então, onde tem prova, tem fraude e, se tem fraude, tem desconfiança, o aluno se fecha, sem oferecer abertura alguma aos encantos de uma relação socialmente saudável. A partir disso, qualquer método aplicado pelo mestre, embora ditado por quem está longe das salas de aula (pedagogos burocratas), não acha guarida. Pois, como se dar a construção de conhecimento com um muro de proteção psicológica interrompendo a via de transmissão com uma pedagogia de lambança? Ou a barreira seria física também, considerando a carência de professores bonitos? https://super.abril.com.br/comportamento/estudantes-aprendem-melhor-com-professores-bonitos/ (acessado em 18/09/2017).

Pois, o sistema conserva a "velharada" até adoecer na ativa. Já que ganhamos tão mal, deveriam nos aposentar mais cedo. Antes de prejudicarmos nossos alunos com nossa feiura e apego ao carrancismo.

Do que estamos impregnados, somos motivados a oferecer descaradamente! A boca fala do conteúdo do coração, crendo sempre no preenchimento do outro. Mas, do que mesmo o professor está impregnado? E o aluno? Quais os vazios deles? Então, vivemos um paradoxo, enquanto os professores forçam com um exemplo característico do pós-modernismo: valorizando a idiotice, talvez sendo engraçado quebrando a resistência do aliciando e na esperança de construir algum conhecimento útil. Enganam-se, não são os fins que justificam os meios...

Todos os dias, lá estão eles, as peças do sistema, no qual não se ajustam, cometendo os mesmos erros de sempre. Se não for assim, a máquina para de funcionar; é melhor rodar, pulando um dente aqui e outro acolá das catracas, do que travar completamente. Tipo assim: o horário de aulas não ficou pronto, quem sabe, talvez em março ficará, por deficiências tantas, todos se beneficiam e têm uma boa desculpa, trabalha-se como der. Minha amiga, poeta Silva Regina costa Lima já dizia: "Parece-me que tudo cheira morfo na pedagogia escolar... O professor entrega os pontos e passa a fazer parte de uma roda que não gira mais..." O professor falta ao trabalho, e até mesmo sujeitando-se a perder sua bonificação, a fim de sofrer menos. O aluno, por sua vez, não leva os livros que ganhou para sala de aula, e a desculpa é a mesma. Dessa forma, a desordem prossegue sem o endereço do culpado: o Sistema Sofista.