cântico eterno!

não sei por que,

entre a soberba e a delicadeza,

meu coração desenha

sombras

de pó de giz no pensamento. meu coração estupendo,

pequeno. meu coração-

sorriso-de-sol.

triste derrepentemente, nas mais das vezes;

de natureza, assim, concentrado,

como o molho

de tomate na caixinha.

não sei por quê.

orgulhoso, soberbo de pequenos sonhos,

mas quasemente desligado das coisas

grandes,

das geladeiras de 1000 litros,

dos aceleradores de cem mil watts, - que pobre eu

na minha alegria interna!

na cisterna eterna da minha tolice estranha!

um coitado!

contanto, eu penso que feliz!

eu penso que diu

-turno

na hora certa e

noturno

quando a noite se faz. no mais:

honestamente,

não sei por quê: mas esta vontade de cantar eterna

a dureza dos lábios teus,

mundo e desmundo!...