Um vôo simplista e natural.

Meu vôo simplista e natural me mostra tudo,

vejo o que poucos vêem daqui de cima,

estou vendo muitas pessoas em volta de algo

vou ver o que é.

Ah não! Que tragédia,

Quem teria corajem de fazer isso?

Vejo uma ambulância ao longe chegando,

o trânsito atrapalha muito!

Se eles chegarem rápido talvez possam fazer algo

vou ajudá-lo.

Eu tento mostrar com gestos e gritos o caminho mais rápido,

eles não me ouvem, por quê?

Eu estou voando, como ninguém me veria?

Eu vou dizer a eles que a ajuda está chegando, é melhor.

- Ei, vocês ai! Olhem pra mim!

Eles não me escutam, por que me ignoram?

Eles falam de assalto, tiros.

A criança foi acertada com um tiro.

Ah! Até que em fim, ai está a ajuda.

Não, o menino está vivo ainda! Vejam, está se levantando.

Está voando como eu! Vocês podem ver agora, podem?

Ele me viu, ele me viu! Vou chamá-lo,

ele sorri, não sente dor, que estranho.

Ele me diz algo sobre uma luz, não entendo.

Eu perguntei quem foi, ele disse que não importa mais,

pede pra eu ir com ele, pra eu entrar na luz.

Não posso, não posso! Minha familia me espera.

Estou atrasado, tenho que ir.

Por que você está chorando minha filha?

Não, de novo não, ela não me ouve.

Minha esposa também não, mas eu não estou mudo.

Parem de chorar! Parem! Eu já estou aqui, tudo ficará bem.

- Saiba que seu pai te amava muito minha filha - disse a mulher chorando - ele está lá no céu sorrindo para nós.

Guilherme Diniz
Enviado por Guilherme Diniz em 12/02/2007
Código do texto: T378303