EMBROMATOLOGIA ( "Controle o seu destino ou alguém controlará." — Jack Welch)

Hoje tive o dissabor de conhecer a ficha para controle de entrega dos planos de aula à coordenadora; socada de critérios! Fiquei estarrecido em saber que só receberei o tal bônus no salário se os quadrinhos diante de meu nome estiverem todos preenchidos. Achei justo, pois manterá todos nós ocupados, por sermos "parceiros" uns dos outros, porém, ao mesmo tempo me senti ameaçado, logo desanimado! Eu a alcunhei apenas de "o mostro da gaveta", mas foi nos apresentado o instrumento indicador de qualidade para nossa salvação, ou melhor, como o salvador da pátria. Essa fichinha saiu agora juntamente com a divulgação dos Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (ideb): o alimento dos "monstros" engavetados. Então, pergunto-lhe: Antes do "bendito" controle, como eram as aulas? E agora, como serão? De forma alguma, entendo por que, professores ministrando aulas de disciplina fora de sua área de formação entregam bonitos planos e péssimas aulas! Ou a lógica nunca funcionou? Mais uma vez, acontece a "metamágica"!!!

Reuniões e mais reuniões, nas quais se constroem ações de combate as manchas externas, ou melhor, fazendo frente aos baixos indicadores do Ideb: de faxada ou ineficientes mesmos. O alto escalão da escola pública se beneficia do critério de contagem dos números: a média! Que matemática é essa?! Os bons alunos (acima da média) são diluídos entre os ruins. Enquanto os índices estiverem baixo os setores burocráticos da educação estão se movimentando com projetos e mais ações na tentativa de elevá-los. Empregos são garantidos, verbas desviadas (merenda) e um sem fim de reuniões mantidas para mascarar a "embromatologia".

Parece-me que ninguém quer resolver o problema da educação. Todos nós sabemos onde está o erro, consertar, porém, nunca foi o alvo dos poderosos. Agora ficamos nós, cá de baixo, a mando dos feitores de projetos mirabolantes, discutindo e discutindo "o sexo dos anjos", correndo atrás do vento, ou melhor, brigando com moinhos de vento, tomando analgésico e antidepressivo, ouvindo, falando e reagindo a doutores insensíveis à nossa dor. Digo como Mario Quintana: Se eu pudesse, pegava a dor; colocava a dor dentro de um envelope e devolvia ao remetente".

Só há uma maneira de acertar, e mil para errar, então, talvez, não valha mais a pena começar tudo de novo. Tudo se resolveria se simplesmente fugíssemos da insanidade segundo Albert Einstein: "Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes."