PERGUNTAR NÃO OFENDE ("Se você tem que perguntar quanto custa, é porque não pode comprar" — J. P. Morgan)

Alunos preguiçosos vão à escola, obrigados pela lei da sonegação intelectual e ora seduzidos pelos favores politiqueiros do governo, mas não querem aulas!!! Ah, aula ... Única coisa que tenho para prestar-lhes!!!

Estou chegando em cima da hora, para meu turno de trabalho, na correria, vou à última sala do corredor. À medida que vou passando nas portas tumultuadas por alunos, eles me perguntam: — por que o senhor veio hoje, professor?

Então respondo com outra pergunta: — quem está no lugar errado? ... E ecoa no meu íntimo a pergunta: Será se eu estou no lugar certo!

A escola pública está apodrecida! Os alunos de modo algum querem ficar na sala de aula. Como o professor pode encaminhar os trabalhos com eles passeando nos corredores, se "agarrando" e se escondendo das coordenadoras nos banheiros e nas outras salas desapercebidos pelos professores? Esses, os piores estudantes, são os mais reclamadores por facilidades e notas boas, eles denunciam, praguejam, brigam e xingam; nunca foram avisados de nada, eles nunca sabem de nada e jogam sempre a culpa no professor, enfim, indiretamente, no sistema. Entretanto, são esses os "afilhados" dos políticos, aos quais movem suas ações de "sucesso". Tão pouco há alguém bom para quem não é bom. Eu culpo o sistema, também por ser viciado e tolerante demais.

Se banharmos um porco e perfumá-lo, vesti-lo com finas roupas, ele vai voltar à lama. Nem todas as pessoas nasceram para estudar, e o sistema ainda nem entendeu isso ou negligencia a compreensão disso, pois maior número deles, mais verbas para a unidade escolar. Esta, por sua vez, torna-se conivente com os restolhos da educação, pensando no lucro financeiro. Mas, não se atina para a realidade dos resultados acadêmicos: baixos índices nas provas externas. Quando alguém é forçado a fazer algo indesejado, faz exatamente o indevido, e eles vão ali somente para atrapalhar os outros. Eu de jeito nenhum sou pago para separar brigas de alunos malcriados, sou especialista em Língua Portuguesa e eles jamais me deixam fazer o que sei fazer e do jeito que aprendi. A lama do chiqueiro também respingou em mim, aliás já não me sinto tão bom como deveria. Ou melhor, quando estou em um lugar parecido com chiqueiro, os espíritos de porco pensam que sou porco. Até aí, não me incomoda, pois eu, baseado em mim, também fico pensando sobre eles serem gente civilizada: desafetos trocados não dói!

Isso é muito evidente e não engana ninguém, assim como na parábola, o Filho pródigo tampouco se tornou porco com os porcos, os porcos nem se tornaram humanos através da sua convivência no chiqueiro. Porém, eles não só me sujam, mas também mordem. Por isso, ou eu saiu do espaço deles, seguindo atitude do rapaz arrependido, ou eles saem do meu reduto. Sou judeu por convicção, não me alimento de porco! Todavia, não sei onde banquetear, se onde vivo a maioria come porco.

Cientistas com espírito de porco descobriram semelhanças notáveis entre humanos e suínos. — "Eu vejo o porco como um grande modelo animal para os males do modo de vida humano. Os porcos gostam de ficar vagando por aí, eles gostam de beber e, se tiverem chance, provavelmente vão sentar e ver TV" – diz Lawrence Schook, da Universidade de Illinois, um dos mentores da pesquisa: https://maryworks.wordpress.com/2017/06/23/calma-calma-ainda-esta-em-teste/ (link visitado em 17/08/2018).

Bastantes são iguais aos porcos; uns poucos, a águias, e aquela maioria é apenas gente comum, e a escola tradicional de modo algum serve para nenhum deles, ela não tem chance de sobrevivência.