Talvez...

Talvez a vida não tenha sido o mar em sua calmaria; nem a ceia farta sobre a mesa.

Talvez tenha chorado mais do que rido; ou caído mais do que levantado.

Talvez tenha me esquecido do presente, por ter me afundado nas mágoas do passado; ou tenha vivido emoções do futuro, sem ao menos ter sentido o agora.

Talvez tenha fechado os olhos diante o sofrimento à fronte; ou tenha me cegado pela autopiedade perante a beleza que paira ao redor.

Talvez eu tenha fechado as portas da fuga dos desesperados; ou tenha dado a um sorriso, a passagem para o caminho da tristeza.

E de “talvez” já tive tantos, que por inexatos, me encurralaram no precipício da dúvida e do erro.

Mas por provar uma só certeza, pude libertar-me da mazela do que me fazia incerto.

A indubitável constância é sempre a fé que em seus axiomas, leva a crer no contínuo. A certeza que enxuga o pranto e que cura a cegueira que impede o enxergar da própria força do continuar no acerto.

De “talvez”, não se vive, pois viver é edificar-se junto à viga da fé certeira.

Juliana Pereira
Enviado por Juliana Pereira em 28/11/2012
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