Pausas

( Débora Acácio

Assim como na música e na arte, a pausa é tão necessária, acredito eu, quanto o próprio respirar na vida.

E algumas vezes nós seres humanos repletos de carne e ossos temos sim, muitos sentimentos que vão se definindo ao longo de tempo. Alguns possuem começo, meio e fim, fecham os ciclos de maneira gradativa, normal e sem traumas.

Outros não são tão fáceis de serem digeridos, complicados demais para serem alimentados e algumas vezes quase impossíveis de serem esquecidos. E nesses momentos ela (a pausa) entra com tudo em nossas vidas.

O silêncio é totalmente predominante nesses momentos, junto com ele aprimoramos o nosso senso se observação. Esse é um aliado perfeito, inteligente e perspicaz. É quando você no seu tempo responde as suas próprias questões, algumas milenares (rsrsrs).

É quando você aprende que enxerga além do que os seus olhos podem ver. Cada canto, cada detalhe, cada ser de perto ou de longe. Não importa, você observa. E percebe cada vez mais atento aos detalhes que se passam ao seu redor, o quanto um gesto, um sorriso fingido, uma lágrima caindo discreta querem te dizer.

É quando você em sua tempestade intima percebe que o prenúncio de uma calmaria é a furia dos ventos, uma tempestade. E é quando você percebe que pode ter controle.

Que pode chorar ? claro e deve... a máximo que quiser e puder chorar.

As pausas em minha vida são os momentos em que mais me enxergo sem óculos, sem hipocrisia, é quando percebo o quanto sou humana, vacilante um ser totalmente errante mas em busca de melhorias. E tem dias que ligo o computador e fico olhando a tela em busca de uma inspiração, de algo que possa realmente te acrescentar como gente, como homem, como cidadão, pai ou mãe. E não consigo.

Quem escreve e sabe da importancia de um blog me entende.

Eu sempre me coloco no seu lugar antes de escrever, porque eu iria amar receber mensagens alegres, textos interessantes e etc.

Então tem alguns dias em que as pausas estão sendo rotineiras em meus dias.

Mas não deixo passar abatido, leio os blogs amigos, comento quando posso e quando realmente posso escrevo.

Amo escrever, é uma sensação que nunca vou conseguir descrever, vem de dentro das minhas entranhas e se vem assim é porque escrevo com o coração e a minha verdade (ou o que acredito ser ela) naquele instante.

Mas é na pausa que você aprende que tudo continua.

Que diferente de ser um aparelho eletro-eletrônico, um robô, um sistema.

Você aprende que é um ser humano que vai ter dias sem ter a menor vontade levantar da cama, de prolongar o sono, de sentir e amar mesmo a preguiça. Que tem dias em que você se percebe irado, algumas vezes revoltado, p da vida com determinadas situações. Mas nas pausas, nos silêncios e nas observações quando você se dá realmente um tempo para você, quando você se dedica mais a você percebe nos pequenos sinais, nos minimos detalhes sinais de mudança lá na frente. Mas sabe que diferente de apertar um simples botão terá que colocar seu corpo, sua mente e seu espirito em movimento.

Sabe que terá que simplesmente entrar em ação. Vai olhar para trás sim, e sempre que tiver necessidade de rever lições, de rever ações que você não deve mais tomar daqui para frente.

Que no sorriso lindo do seu(s) filho(s) na gargalhada sonora existe vida... esperança.

Que no abraço de um amigo existe vida... amizade.

Que na voz daqueles que amamos ainda que nossos ouvidos estejam longe de se sentirem existe vida... amor.

E que nesse contexto existem dias que precisaram que você entre mais em contato contigo. Que te escute mais em silêncio e que se perceba mas em suas observações.

Débora Acácio
Enviado por Débora Acácio em 05/06/2013
Código do texto: T4327041
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