Porque que em minha exigência pelas coisas da vida, tudo tem que ser sempre tão exato? Porque eu não posso conviver com o meu eu e com o que eu não sou tão somente. E porque pelo que eu não tenho vem assim causar-me um vazio? Porque eu sempre quero tanto esse amor... Esse amor... Esse amor que faz deste domingo assim tão tão tão tão espaçoso. Quando não posso nesse instante tocar o seu rosto... Faz sentir-me assim tão vulnerável!

Tudo o que eu vejo, tudo o que sinto existe? Será que todas as minhas vontades ilimitadas não acabam por tornar o meu espaço restrito? Será que hoje é mesmo hoje? Será que eu estou mesmo aqui? Será que eu existo? Será que essa ansiedade chamada de domingo existe? Será que os anseios dessa alma que ora tenta explicar o que sente, não seria apenas fantasia?

Os meus anseios... Um dia terão respostas ou morrerão nas suas incertezas? - Será que os meus pensamentos são meus? Será que o corpo que eu faço mover me pertence? Será... Será... Será?  _ Será que a minha incapacidade de ser, será que a minha incapacidade de estar, será que a minha impotencia... De ter você aqui... Sempre irá fazer de mim esse ser que não sabe da sua vida o que será?  _ Porque é tão difícil viver sem você?

                                      Liduina do Nascimento