Frutos da evolução e nichos ecológicos

Frutos da evolução, sou apenas mais uma espécie. Por que seria especial? O que, a menos de alguma vaidade e prepotência, me faria me ver como melhor ou superior? Humanos e não humanos, crentes e descrentes, iguais e diferentes, animais e vegetais, todos conheceremos a morte, todos nascemos, todos sofremos por doenças, todos temos os mesmos componentes genéticos, mais ainda, e talvez por isto mesmo, todos temos a mesma básica biologia, e respeitamos as mesmas “leis” naturais, sejam elas biológicas, químicas ou físicas.

Fruto da evolução, ocupo um nicho próprio, como qualquer outra espécie que ao longo de muito tempo foi sendo selecionada naturalmente, sem projeto ou criação, pois que foi pela evolução natural (erros de cópia, simbiose e outras) sofrendo mutações, adaptações especializações e seleções naturais (seleção natural, sexual, social, e talvez outras mais), para estar de alguma forma adaptada a deixar mais descendentes, em algum momento do tempo, e em algum nicho ecológico. Frutos da evolução estamos adaptados, ou em processo de constante adaptação a um nicho ecológico. O desenvolvimento crescente de nosso cérebro, pela evolução natural, fez com que hoje, a nossa espécie tenha corrompido um pouco esta adaptação a um nicho próprio, e hoje podemos nós, modificar os nichos ao nosso interesse, e assim nos adaptar a diferentes nichos.

Filhos da evolução, porque teria minha espécie algum privilégio superior? Porque seria a minha espécie, uma espécie escolhida? Porque teria minha espécie alguma benesse? Porque seria a minha espécie brindada com algum direito ou dever superior? Porque teria ela direito a alguma vida após a morte, direito a um “céu”, punição de algum “inferno”, ou direito a alguma proteção especial? Porque outras espécies existentes ou que já se foram não tiveram tal escolha, se elas em si possuem a mesma biologia, e são frutos do mesmo processo, cego, da evolução? Porque outras espécies hominídeas, como por exemplo os Neandertais não tiveram tais tipos de considerações, ou será que tiveram eles seu fim “decretado” por alguma punição?

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 25/05/2015
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