A ORIGEM

Estamos rodeados de uma verdadeira tempestade de informações, as quais produzem uma infinidade de conceitos, que se entrechocam nas nossas contradições, gerando conflitos nas interpretações. Segundo o princípio da navalha de Ockham, elaborado pelo monge inglês William of Ockham no século XIV, o qual sugere que a mais simples explicação a qualquer problema apresentado é, em geral, a melhor, deveríamos filtrar todas as complicações e eliminá-las. Assim, entre tantas inquietações, estamos sempre nos debatendo sobre uma grande diversidade de origens, como do ovo e da galinha, do mal, de Adão e Eva, sobretudo a origem do Universo, e até a absurda origem de Deus. Eis que, deixando Deus e o Universo de lado, vamos nos concentrar no restante, submetendo as considerações à percepção dos Leitores, que certamente também já formularam as suas próprias convicções.

O Terceiro Princípio, que compreende a Via Láctea com o nosso Sistema Solar e todas as demais galáxias, constitui-se numa extrageração, conforme bem definido pelo Teósofo Jacob Boehme, a qual foi desenvolvida em função de um acidente cósmico, provocado pelo famoso Príncipe Angélico rebelde, o nosso grande inimigo Lúcifer. Esse acidente provocou a tomada de providências urgentes, que resultaram no confinamento de todas as essências e reflexos do rebelde, que ficaram contidos na massa contaminada pelo acidente, ao que ficou reduzido Lúcifer e suas Legiões, no referido Terceiro Princípio. Essa massa, “a sopa cósmica”, é composta de todos os ingredientes essenciais, como sementes, que deram origem a tudo o que conseguimos ver ou perceber, e também ao que escapa ao nosso alcance, e que integram o Terceiro Princípio, com a exclusão apenas das outras duas partes do Universo: o Primeiro e o Segundo Princípios, os quais são inacessíveis à racionalidade.

Fica, portanto, perfeitamente visível, nesta exposição, que a Origem de tudo está no acidente ocorrido, sem o qual não existiria a necessidade da extrageração, que foi desintegrada do Segundo Princípio, que é o Reino Angelical, ao qual, para aqueles que acreditam, pretendemos retornar. Aos que desejam aprofundar-se neste assunto, sugerimos estudar as obras do Teósofo Jacob Boehme.

A simplicidade reclamada pela navalha de Ockham está “encolhidinha” na Bíblia, onde todos passam rapidamente, com o “véu de Moisés” cobrindo os olhos, e não percebem que ali está a descrição do desastroso acidente: a Origem do Terceiro Princípio, ou a origem de todas as demais origens e com todas as questões que nos envolvem, decorrentes da sua formação com essências contaminadas. Ei-la:

Os anjos que não mantiveram seus domínios, mas deixaram sua própria habitação, ele os tem confinado nas trevas em algemas eternas, para o juízo do grande dia. (Judas 1;6)

Ao racionalista, que reclama a intervenção de Deus, para evitar o acidente, procurando na verdade, colocá-Lo num beco sem saída, perguntamos: Você pode mudar a sua natureza? Deus também não pode mudar a natureza Dele. Ele é imutável, e embora o racionalista talvez não saiba, ele também o é! (Romanos 9;11) / (João 15;16) / (Efésios 2;8) / (II Coríntios 3;2,3) / (Mateus 11;27) / (Jeremias 1;5)

Aceitando a ocorrência do acidente, mas ainda não satisfeito, o racionalista pergunta: Por que Deus não eliminou em definitivo Lúcifer e suas Legiões depois do acidente? (Vide Apocalipse 12;7,8,9)

O Anjo de Luz e suas Legiões foram eliminados, restando, porém, toda a massa contaminada. Na sua onisciência, Deus sabia que dessa massa, um terço poderia ser recuperado, restando duas alternativas: dissolver tudo nas Trevas insondáveis, ou confinar tudo em separado e circunscrito, entregando ao Filho, sob seu sacrifício, a tarefa de recuperar 33,3% da massa, (oTrigo) depois do que, 66,6% (o Joio) irrecuperável, seria então dissolvido nas Trevas. Felizmente, Ele optou por esta segunda alternativa, pois na massa estavam também as nossas essências, conferindo-nos a possibilidade de integrarmos os 33,3% e retornarmos ao Reino da Luz. Dois terços (66,6%) estão em (Apocalipse 13;18), confirmando a profecia de (Zacarias 13;8,9,10). Aí está a oportunidade para todos, pois a História ainda não acabou, mas resta pouco tempo, e apenas o remanescente está sendo recolhido nas últimas cirandagens.

O racionalista resistente, um pouco atordoado, ainda pergunta: Por que a Humanidade é imperfeita e de onde vem o mal que predomina na Terra? A massa que foi utilizada para produzir a extrageração confinada no Terceiro Princípio, onde se inclui o Sistema Solar, estava irremediavelmente contaminada.

Assim, tudo o que foi produzido nessa Geração Cósmica está contaminado, trazendo nas suas essências as características dessa contaminação. O predomínio do mal se explica pela desproporção entre o “joio” e o “trigo”, que é de dois por um, ou seja, 66,6% contra 33,3%. O sofrimento decorrente dessa desvantagem durará até que se complete, no processo de recuperação, o preenchimento dessas duas medidas, que será coincidente com o ponto final da extra Geração Cósmica. Quanto ao destino do “joio” e do “trigo”, no sucessivo processo de transformações, até o racionalista já sabe, não é mesmo?

Os três Espíritos: Angelical (o Bem), Astral (a nossa Natureza) e o Infernal (o Mal), nos últimos apelos, estão forçando a nossa decisão, sobre qual dos três preferimos. A posição neutra não existe no mundo espiritual, pois o “em cima do muro” é característica exclusiva da racionalidade. (Apocalipse 3;15,16)

O tempo do “faz-de-conta” se esgotou; as máscaras são retiradas e surge a realidade. O mundo à nossa volta, enfim, está exibindo a sua face verdadeira.