Foi devagarzinho

Se achegou devagarzinho

Assim, bem de mansinho

Se aconchegou no coração

Era como quem não quer nada mesmo

Mas, totalmente me querendo

Impossível enganar qualquer cristão

Puxou papo, fez as vezes de amigo

Conversou muito comigo

Mas queria mesmo era a minha mão

E eu, que como não sou boba nem nada,

Sabia muito bem

Qual reza queria aquela alma

Mas, veja só, eu confesso

Por amizade, logo me interesso

De outra coisa, muito afim eu não ‘tava, não

O tempo foi passando

A gente, cada vez mais, se aproximando

A cada conversa eu via como lhe acalmava o coração

Tinha coisas que queria me relatar, mas não podia

Havia um medo e eu percebia

Sinto muito, seu moço, mas ingênua num sou, não

Todo dia, era mais papo

Eu me esquivava de remanso

Me apegar, queria não

Mas, dado momento não deu outro jeito

Porque ele, com todo o respeito,

Soube ganhar meu coração

A desculpa era o convite para um vinho

Me tratando com desvelo e carinho

O cabra soube conquistar meu coração

Aí, então, não pude mais negar

Eu tive que aceitar

Era o meu príncipe que acabara de chegar

Não pude mais resistir ao convite

E, na orla do Lago, dia seguinte

Um vinho fomos tomar

Naquela noite, taça vai, taça vem

Daí, eu pensei: “Por que não beijá-lo? Por que não beijá-lo?” E sim, o beijei

Desde então, cada dia só mais me apaixonei

Aline Guedes
Enviado por Aline Guedes em 10/02/2017
Código do texto: T5908202
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