Foi o brilho daquele olhar.

Nada de anormal.

Era natural, castanho, digamos “popular”, mas tinha algo ali.

Aconteceu. Eu vi. Eu vi com meus próprios olhos como se fosse uma estrela dentro daquele olhar. Não tinha azul, verde, ou qualquer outra cor que você considere bonita.

Nesse momento não tinha rosto, cabelo, sorriso, não tinha corpo bonito. Parou o tempo, prendeu. Era como se eu tivesse sido empurrado contra a parede, amarrado pelos braços e pernas. Não movia um dedo.

Era isso, um sinal. Fiz um desejo.

Quando despertei, só deu tempo de procurar, pois já havia ido embora.

Ficou no meu olhar, eu senti, contaminou. Estava tudo mais claro, mais óbvio.

Aquele desejo? Foi realizado. O brilho perdura até hoje. Confesso que às vezes se reverte em lágrimas. Pasmem, até essas são cristalinas. Tem momentos que queima, mas prefiro quando esses momentos são de desejo.

O amor não é cego, é esse brilho cada vez mais forte que não deixa enxergar o resto.

Edu Cavalcanti
Enviado por Edu Cavalcanti em 23/06/2017
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