Carta Aberta á Minha Mente

Olá, tudo bem?

Pergunta retórica, eu sei. A resposta é não. Afinal, somos um só? Ou estou errado? Questiono isso, dessa maneira tão displicente, porque percebo que você vem tentando me podar, me derrubar. Profissionais que estudam você chamam isso de auto-sabotagem, mas eu discordo. Ou melhor, retiro a palavra auto e deixo apenas sabotagem. Sim, sabotagem. Não tente distorcer tudo agora. Não tente embaralhar essas palavras. Não tente me sabotar. Não tente destruir o único recurso que tenho para me rebelar contra você, que são essas palavras raivosas digitadas febrilmente aqui. Isso te diverte? Sim, eu sei, te diverte esse momento infantil de fulgor e rebeldia da minha parte, já que você sabe que tudo isso, todo esse circo, é inútil e logo você vai me ter nas suas garras novamente. O que você espera afinal? Ou melhor, o que você é sem mim? Fique sabendo que esse corpo fraco, limitado, humano, é sua morada. Você não se importa, não é mesmo? Digo, isso te diverte, te faz rir, rir com escarnio, deboche, desprezo. Você sabe que eu, meu eu consciente livre de você, é apenas uma pobre projeção que você permite que saia por ai, experimente tristeza, frustração, raiva e desespero, para que toda essa gama de sentimentos perversos te alimentem e te deixem mais forte. Não repita isso, eu já sei! Eu já sei que não posso lutar contra você, te vencer, porém, eu preciso te perguntar. Por que me odeia tanto assim?

Ou eu mesmo me odeio?