De pressão

O medo de fracassar é gigante. Só não é maior do que minha força de vontade, mesmo que abalada por diversas situações de desânimo pelas quais venho enfrentando. A pior pressão é aquela que colocamos sobre nós mesmos e sinto que a cobrança que tenho sobre mim muitas vezes se sobressai tentando suprir a falta de segurança que atinge meu ego. Já não sei mais qual foi o dia em que cheguei no auge do esgotamento psicológico, sem falar do físico que já está acostumado com a rotina exaustiva. Sinto que a cada tempestade sentimental que passo, me torno mais forte e mais sedenta pelo sucesso pessoal e profissional que tanto almejo. Não tento fugir destas crises, na verdade o meu jeito de encará-las é escrevendo sobre elas. Escrever é meu refúgio, sinto que ao mesmo tempo que escarro as palavras, faço uma limpeza dentro do meu coração e revigoro os meus pensamentos. É o que eles costumam chamar de liberdade de expressão. Minha paixão pela literatura vai muito além de inventar histórias, ela ultrapassa os limites da minha própria imaginação. Sinto que posso ir mais adiante a cada produção de texto. Escolhi esse dia cinzento para falar do maior prazer que tenho nessa vida porque acredito que hoje é dia de vomitar meus extremos com a mais pura veracidade dos fatos. Voltando as mágoas de hoje, tenho medo de não corresponder às expectativas exteriores a mim, ou seriam as minhas próprias? Já não sei quais são maiores. Vejo as pessoas ao meu redor e imagino que todas possuem sonhos igual a mim ou algum dia já possuíram. É quase evidente que quem não sonha, sobrevive. A diferença entre eu e a maioria dessas pessoas é que ainda me resta fé e persistência para que a realização aconteça. Mas será que terei garra até o final ou será que depois de realizar um ou dois desejos eu me contentarei com misérias e viverei a mercê da classe alta como eles? Quem me dera fosse de ferro. Quem dera fosse fácil. Eu não quero menosprezar essas pessoas, muitos menos dizer que são tristes. Pelo contrário, são alegres de natureza, afinal o povo brasileiro é alegre e paciente (talvez ignorante) e se contentam com isso. Eu não me contento, não me permito contentar. Depois desse emaranhado de pensamentos que espirrei na tela de um notebook mixuruca, vejo que preciso continuar a lutar por mais difícil que seja e por mais que todos ao meu redor, sendo eles frustrados me motivem a desanimar. Eu serei diferente, eu quero mais, eu mereço mais, por todas as pessoas que vivem na penúria, eu mereço mais.