PRIVATIZAÇÃO DA FÉ

Apesar de ser uma tendência autônoma, auto-interessada e egoísta de doutrina privada considerada como adaptável e ideal, e elimine o caráter espontaneamente comunitário da religião, tornando num desafio a vida do fiel consciente que percebe essas mudanças como uma espiritualidade neurótica, nascisista, endêmica e contagiosa buscando criar uma impossível democracia entre a igreja e Deus, na percepção de muitas denominações religiosas que privatizam a crença manifestada e realizada pela igreja, como doutrina pessoal que reforma a fé de um modo que lhes agrada inventando sua própria religião, não é idolatria.

Aparentemente um segmento da população não quer pertencer a uma igreja cuja autoridade e doutrina são claramente definidas, buscando uma denominação religiosa privada, transferindo a religião universal para o domínio pessoal que pode definir por conta própria a idealização de um deus, feito a sua própria imagem, que tenha exatamente sua compreensão, suas prioridades, seus pontos de vista, o “Jesus que eles conhecem”, "divindade" que supera o Filho de Deus revelado nas Escrituras, denotando claramente a espiritualidade individualista anárquica, a arrogância e o egocentrismo do tempo atual.

Estamos vivenciando uma descolonização! Está ocorrendo uma substituição incondicional, absoluta e sem costuras de uma espécie para outra, evidente nas orientações interpessoais, econômicas e políticas! Gente vampirizando uns aos outros. E já começou com as novas reivindicações dos recém-chegados e no tecido social que está sendo alterado de dentro para fora.

De um lado, o Estado sanguessuga tornando-se cada vez mais lento, ineficiente, corrupto, executivo e policial, um mundo de controle do político, do capitalismo, da mídia e do consumismo, povoado por uma existência meia-vida em meio à opressão e aos contrastes. Do outro, a expansão dos santos, gente de uma existência de meio vivos numa meia-vida!

E tal metamorfose, tomando forma sob o envólucro de um despertar num simulacro mediano de normalidade, uma transformação consagrada pela mídia, cúmplice da cumplicidade!

Na verdade, está ocorrendo um despovoamento do equilíbrio! E lá vão eles para seus cultos de delírio coletivo com a mão do morto na garganta e a convicção de que o louvor frenético e repetitivo é a ponte da salvação! Ah, gente crédula de existência insossa! Bocas sem cérebro, professando sem meditar, confundindo seus desejos com a vontade de Yahweh!

Onde se meteu a filosofia? Como encolheu a sabedoria! E as poucas vozes de razão confinadas no canto dos descartados, no torrão dos excêntricos, consciências individuais atemorizadas com o desenfreio dessa mudança!

Essa desolação da razão, vem se estabelecendo e alterando a ordem do mundo para uma agenda do totalitarismo, de um lado, o fascismo religioso fundamentalista e a desordem do outro.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 26/07/2017
Reeditado em 27/07/2017
Código do texto: T6065724
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