As Cores do Mundo

Minha íris indecisa e oscilante entre o cobre do apogeu do outono e a mais pura esmeralda, admira o pratear das ondas ao luar e a despedida dourada do sol ao final de cada tarde, se encanta com o verdejar que exala esperança das florestas, com a imensidão azul de céu e mar que se encontram secretamente onde nossa visão não pode alcançar.

Não posso ver no espelho, mas sinto a vivacidade do vermelho pulsando no meu sangue, imagino formas e contornos na ambígua e silenciosa escuridão da noite, vislumbro muito além de mim no leque de cores do jardim, flores embaraçam a minha visão, fascinam-me, embaralham-me os caminhos e mascaram seus espinhos.

Cores confundem-se com personalidades, acentuam e amenizam com suas tonalidades, guardam segredos, escondem medos, oscilam em fases com suas matizes, desbotam e descascam em inevitáveis deslizes. São misturas sempre complexas de vários tons , dos pastéis ao neons, como volumes distintos de graves e agudos em variações de sons.

Devem viver harmonicamente como os opostos preto & branco lado a lado no piano e separados por infinitas matizes de cinza que poucos aceitam a existência pela incapacidade de captarem algo além das limitadas dimensões do olhar.

Difícil fugir da dicotomia que rege o dia a dia, perceber o que quer dizer a letra daquela melodia que sem querer você assobia, viver o universo de possibilidades existentes entre o caos e a harmonia.

Viva a geometria, que ensina com os polígonos, objetos de lados multifacetados, como existem diferentes e possíveis versões entre os definitivos e radicais certos e errados.

Ello
Enviado por Ello em 16/11/2017
Código do texto: T6173301
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.