VULTOS

Muito é devaneio, pouco é receio, imensidão de descrédito

Nessa parda vida de humanidade esquecida de laços

Passos largos, pressa da vida, faz-se dia, faz-se noite

Os céus não são os mesmos, as estrelas quase não iluminam

O mais infeliz dos réus esperando sua sentença

Tenta crer na bondade, mas que nada, veste-se profana

Rasgando a sua esperança, deixando-a em retalhos

Sem agulhas e linhas para coser esse bem-querer

E, arredia, caminha para esmorecer no sinistro abismo

São olhos, ouvidos, bocas, pés e mãos inertes

Não veem o outro, não escutam

Não vão ao seu encontro

Não tocam

Oferenda que não possui serventia

Tudo fica frio!

Parece que houve um descarte, uma rejeição

Vultos frequentes numa solidão

Onde nada passou de uma aparição

Não tem mais onde sustentar-se

Ficaram as lembranças!

Oh, fragilidade do ser!

Patrícia Pinna
Enviado por Patrícia Pinna em 28/01/2017
Reeditado em 28/01/2017
Código do texto: T5895998
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