Veredas.

Veredas tantas, veredas santas

De tantos santos de crenças mortas,

De plantas vivas secas e tortas

Sertão veredas que não tem portas.

Em cada várzea um açude seco

Terra rachada por sequidão,

Veredas tantas perdem de vista

Onde o sol queima a planta no chão.

Veredas de animais magros, fios de vida

De urubus fazendo festa numa carcaça,

Restos de tudo que a seca mata

Até a esperança do sertanejo sofre ameaça.

E os santos ocos em seus andores

Nas procissões pelas estradas,

Vozes ouvidas por outras almas

Que cantam rezas já decoradas.

O retirante partindo triste

Com pouca traia pra carregar,

O sol castiga a sede mata

E a longa estrada pra caminhar.

Estradas veredas, veredas longas

Busca de agua e o que comer,

Cigarras cantam na longa trilha

E só o mais forte pode vencer.

Guel Brasil
Enviado por Guel Brasil em 17/03/2017
Código do texto: T5944190
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