APOCALIPSE

Alguma doce canção toca ao fundo

Isso é tudo, para esse mundo destruído

Um corpo debilitado, frágil como a brisa da tarde

Espargindo seu funesto reinado, inclinado ao esquecimento

Até que pássaros de ferro, que enganam as nuvens

Passem no alto, como estrelas em meio ao dia

Um brilho distante, uma aliança invisível com a próxima tentativa

Por que existe algo lá... Existe alguém depois da imensidão dessas terras

Algum deus logo forjaria o próprio apocalipse

Caso lhe faltasse o que me falta em sua falta

A apoteótica sensação de vazio, encarnada na liberdade

Essa fatia de solidão vendida nos refrãos de tantas mentiras

Até que algum pingo de infinito caia sobre a imensidão caótica de minha alma

Até que esses símbolos infinitesimais me abracem na ausência de toda presença

Um ar gelado, rarefeito, tardio e emblemático

Trazendo em si toda negação que gera aquiescência

Tomverter
Enviado por Tomverter em 07/01/2015
Código do texto: T5094009
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