A Verdade
A verdade como é tida
É bem distante de entender
Nunca é bem resolvida
É como ver para se crer
Na verdade a verdade
Sempre foi e é uma só
Mas quem a vê, não raridade
Tritura até que vire pó
Cada um que observa
Alguma cena ou objeto
Vê uma coisa diferente
E tem consigo que é o certo
Mas aí vem a loucura
Para entender o que é verdade
O que é o certo e o errado
Sem extirpar a vaidade
E vai ficando complicado
Conforme os termos vão se unindo
Certo, errado e vaidade
Sempre caminham lado a lado
E à verdade destruindo
A vaidade é o querer
Estar certo a qualquer custo
Mas distinguir errado e certo
Não raramente acaba em susto
Difícil assumir-se errado
E parecer menos ditoso
Muito mais fácil é moldar
A realidade alterar
Para sentir-se mais pomposo
E por que não se assumir
E evitar a realidade
Pra que brincar com azar e sorte
Não vamos para o corredor da morte
Se o que dissermos for verdade
Até entendo que o mundo
Que já perdeu muitos valores
Quando vê um ser verdadeiro
O identifica arrogante
E ao invés de jogar flores
Bate nele radiante
E ainda o atiça num braseiro
A verdade é que o mundo
É diferente a cada qual
Participante que o habita
Leva seus traços de cultura
E a maldade que perdura
Em quem a engole e não grita
Creio é preciso um pontapé
Pra alavancar a honestidade
Mesmo que doa para uns
Que se habituaram a falsidade
A verdade não é arrogante
E só machuca o errado
Então pra aquele que a ouvir
Melhor seria refletir
E escolher melhor o lado
Que bom seria a confiança
Em cada ser desse planeta
Todos diriam a verdade
Não importa o mal que se cometa
Devaneios de um mundo justo
Brisas repletas de utopia
Pensar como será bom
Poder se estar com quem confia
E mesmo assim nem tudo aqui
Está bem claro ou aparente
Porque a verdade na verdade
De forma simples, sem maldade
Pra cada um é diferente.