ENQUANTO  A  TARDE  CAI



 A  folha pelo vento carregada
Já enrugada, do último verão
Tristonha vai  cantando  uma canção
Enquanto a tarde cai sobre a calçada
 
A noite se aproxima já nublada
E a folha vai ficando sobre o chão
Em rudes pedras, ríspida fricção
Vai sendo sua vida  ali ceifada
 
Continuando a triste trajetória
E quando já distante, combalida
Vê terminar  a sua curta história
 
Agonizante, frágil, ressequida...
O vento vem soprando a dócil folha
Alento derradeiro, nesta vida.


Yeyé *


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MAGNÍFICO  SONETO  DO  AMIGO
E  NOBRE  POETA  RICARDO CAMACHO



*** VERSOS VESPERTINOS ***
 
 
Contemplo assim, remota, a seca folha
Pelo amarelamento deste dia,
Na luz que se despede e te irradia
Feito um encantamento desta bolha!
 
A cena corre linda ao pleno olhar,
Quando o sol, astro, desce lentamente,
Sustenta o brilho e a luz tão fortemente
Fulgura dando adeus ao nosso lar!
 
Neste momento, ao chão, a folha cai
Deitada, vaga o olhar na luz que sai
No derradeiro raio de esperança...
 
Pois neste instante o vento vem e a abraça,
Quando no choro a lágrima se embaça
Passeando a folha em solo como herança!


Obrigada  Grande  Poeta,  é  uma  honra
tua  presença  na  minha  escrivaninha

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SONETO  DE  AUTORIA
DA  POETISA  ESTHER  LESSA



***DESEJOS  DE  FOLHA  SECA***
 
 
Era o amanhecer canto de vitórias
Festivo teatro em cena renovada
(Por) luz de sol e trinados abraçada
Vivia quase a desfazer-se em glórias
 
Tão mágico era todo aquele riso!
Claras manhãs plenamente floridas
Amor de primavera preenchendo a vida!..
Mas vem o dia ... de perder-se... o paraíso !
 
Como outras que seguiram seu caminho
Também ela recebeu o seu outono
E seca...e fraca...e triste sem carinho
 
Rainha que deposta do seu trono
E pássaro tão longe de seu ninho
Vaga...( Chora...)Quem dera perder-se em eterno sono




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 SONETO  DE  AUTORIA
DO   POETA  JOTA  GARCIA


***EU,  A FOLHA  E  ELA***


Às vezes me sinto como tua folha,
Tão seco e maltratado pelo tempo,
À espera que ELA me recolha
Ao chegar o meu último momento.
 
Em meus sonhos ELA me aparece,
Ri, num esgar, ao me ver combalido,
Mas se engana, não é o que parece,
Vai, tira de mim teu olhar comprido.
 
Ainda sinto que não acabou,
Não realizei tudo que eu queria,
Um pouco do que fui ainda sou.
 
Um vento bom me reacende a chama,
E o calor do sol com sua energia
Me deixa pronto para mais um dia.
 


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Yeyé Braga
Enviado por Yeyé Braga em 17/10/2017
Reeditado em 07/09/2021
Código do texto: T6145343
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