O PRISIONEIRO E OS JARDINS
LUZIRMIL TUCOIMBRA 081020172032
01 As obras de Deus, na Terra
São de régias maravilhas
Quero nestes versinhos
Descreve-las-em poesias
A começar pelas plantas
Diversificadas e tantas
Juntas a sociologia
02 Até mesmo nos jardins
Nas *enchovas das prisões,
Onde existir pessoas
Pra ter admirações
Ali se vê a grandeza
De-uma perpétua beleza
Do Criador, as ações
03 E sobre essas constantes
Da natureza e da lida
Venho compor essas rimas
Em sete linhas corridas
Para falar da grandeza
Que Deus pôs na natureza
Para abrilhantar a vida
04 Numa melhor compreensão
Do grande poder do Céu
Quero aqui retratar
Uma imagem sem véu
Mostrando pelas palavras
Uma visão que destrava
A descrença do incréu
05 Com um deles me encontrei
Numa de minhas jornadas
Perto havia um jardim
Com floreiras avivadas
Sob a sombra de um salgueiro
Eu tive por companheiro
Aquele andante sem nada
06 Nos assuntos entre nós
Eu pude ficar sabendo
Que uma grande amargura
Deveria estar sofrendo
Pois era um desprezado
Carregando um triste fado
Com penúria padecendo
07 Me contou tal andarilho
Que estivera na prisão,
Fora preso inocente
Por falsa acusação
Na enchova de um presídio
Por dias ficou detido
Tendo falta até de pão
08 Na cela que foi jogado
Passou horas de amargura
A solidão esquecida
Era como sepultura
Mas teve por companhia
Uma Bíblia que havia
De lhe dar boa ventura
09 Na história de José
Preso inocentemente
Ele achou escrito
Sua aprovação vigente
Teve ali um raciocínio
Sentindo que seu destino
Teria glórias à frente
10 Das grades da sua cela
Ao longe ele divisava
Um jardim contendo flores
Que muito o admirava
Eram as obras de Deus
Que confundia os ateus
Que de tudo duvidava
11 Em seu débil pensamento
Ao Céu pediu a benção
Pra que Deus desse pra ele
A sua libertação
Mesmo que fosse sem eira
Mas que tivesse uma beira
Na história da criação
12 Um fato então foi se dar
Me inspirando esta poesia
Deus por ele intercedeu
Na causa que lhe feria
Pois surgiu um documento
De soltura e livramento
Quando a Bíblia ele lia!