O encontro
 
Fatos repetidos no véu da noite
Aonde rasgam-se os bastidores
Aonde mostram-se os fantasmas
Incólumes os ideais se desfazem
Os prantos se prendem na escuridão
  Insones berram na madrugada
Na fuga e andaimes frequênciais
Risos e berros há hipocrisia maquiada
O sexo aflora ardente disseminando
seus males em libidinosas paixões.
Um antro podre e crimes hediondos
Num berço algum orgulho dorme
Noutro a rejeição e desprezo rolam
Noutro o amor regenera e se define.

As camas gemem em reboliço
Gemem e choram crianças famintas
Dormem os mendigos na sarjeta
Acordados pelo frio da noite e fome
Perto ali a riqueza esbanja sua glória

A vida enigma e pretensão do tempo
O homem apenas uma passagem
O amor possante envolve um tempo
Depois o abandona na cama da velhice
E assim a dualidade humana ronda
Uma passagem existencial eterna
O vínculo de Deus manchado
Chama um desconhecido paraiso.
A raça humana diversa e sedenta
Materialista desumana a perecer
Mas existe um elo extra terrestre
uma esperança um sonho acalentado

O encontro da obra com seu Criador.