Janela da madrugada



Debruçada,
na janela da madrugada,
ouço a sintaxe do inconfundível silêncio
que me devora.
E no convexo das horas,
fragmento-me no luso-fusco
dos meus pensamentos,
que adentram
a cordilheira dos meus neurônios,
deixando um rastro de dor
de uma saudade pulsante,
que doravante, maltrata
e arrebata minha alma.
E fervo!
Evaporo-me e condenso-me
num clarão de lua.
E o som de tua voz
penetra meu ser,
subindo pela enseada
da minha emoção.
Então, no olhar das estrelas
e no uivo dos ventos,
atravesso os cristais dos vitrais
do meu tempo,
e retorno a ser solidão.
Sozinha,
Debruçada
Na janela da madrugada.



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