A vida de um Bem-te-vi

Dono de uma barriga amarelinha.

E de um canto suave e singular.

Em qualquer lugar que eu esteja,

Identifico um Bem-te-vi a cantar.

Ele tem uma liberdade encantadora.

Quem olha de longe, até, pensa que ele leva é uma vida muito boa.

Mas a verdade é que ser pássaro solto no mundo,

Carrega seu desespero profundo.

Sempre em busca de um lugar seguro para ficar.

Bicando as migalhinhas do chão.

Mesmo com asinhas prontas a voar a todo lado,

Ao final, eles também querem proteção.

Mas não em gaiola trancada. Não!

Eles querem ser acolhidos pela mãe natureza,

Que tanto tem a lhes oferecer.

Mas, de repente, o mundo ficou tão cinza e de concreto.

E o destino do Bem-te-vi ficou incerto.

O verde foi desaparecendo.

E o Bem-te-vi se pergunta em que mundo seus filhotes estão crescendo.

Ninguém mais percebe a sua musicalidade.

É muito barulho aqui na cidade.

Mas ele persiste na cantoria,

Mesmo com tantos desafios na sobrevivência.

E eu é que agradeço a persistência,

Porque seu canto me dá alegria.

No meio de toda essa agitação, a gente precisa aprender a ouvir com o coração.

Thaís Carmo
Enviado por Thaís Carmo em 16/10/2017
Reeditado em 11/02/2019
Código do texto: T6144363
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