Crônicas Amorosas

Eu, sozinho

que despenquei

aflito

do alto

do arranha-céu

dos teus

desejos

suspeitos,

queixosos

de inegáveis

crimes

vermelhos

e desamor.

Eu, que mendiguei

a terra

o pasto

o arado

brutal

dos teus

pequenos

anseios,

que me ofereci

calado

e nu

pelos desertos.

Eu, que supliquei

aos berros

por carícia

passageira,

pelo pão santo

do teu sexo

embevecido

de si mesmo,

gota-a-gota,

sem saliva,

sem ardor,

sem teu pau

um dia

amoroso.

Vini Miranda
Enviado por Vini Miranda em 11/01/2017
Código do texto: T5878381
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