Nos confins do meu sertão.
Nos confins do meu sertão
Despertador é o canto do carijó
Que anuncia o nascer do dia
Despertando o sertanejo sofrido
De pele queimada e mãos calejadas
Pra mais um dia de labuta
Que se inicia ao raiar do sol
Embrenhando-se no meio da mata
À procura do escasso alimento
Pra saciar a fome voraz
Da sua humilde família
E do seu pequeno rebanho.
Nos confins do meu sertão
As nascentes estão morrendo
Por causa da seca atroz
Que dizimou rios e riachos
E o que se vê é a terra rachada
Onde até o pé de mandacaru
Planta que simboliza o sertão
E serve de alimento para o rebanho
Já sofre com a seca prolongada
E, por falta d’água, começa a definhar
Matando a esperança que restava
Do pobre sertanejo.