Nos confins do meu sertão.

Nos confins do meu sertão

Despertador é o canto do carijó

Que anuncia o nascer do dia

Despertando o sertanejo sofrido

De pele queimada e mãos calejadas

Pra mais um dia de labuta

Que se inicia ao raiar do sol

Embrenhando-se no meio da mata

À procura do escasso alimento

Pra saciar a fome voraz

Da sua humilde família

E do seu pequeno rebanho.

Nos confins do meu sertão

As nascentes estão morrendo

Por causa da seca atroz

Que dizimou rios e riachos

E o que se vê é a terra rachada

Onde até o pé de mandacaru

Planta que simboliza o sertão

E serve de alimento para o rebanho

Já sofre com a seca prolongada

E, por falta d’água, começa a definhar

Matando a esperança que restava

Do pobre sertanejo.

Núbia Cavalcanti dos Santos
Enviado por Núbia Cavalcanti dos Santos em 17/11/2017
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