Tapado com Tanga

outra manhã amanhecida

(igual a um pão amanhecido)

com o ranço e o seco

de todas as outras manhãs

no bolor amanhecidas

as mesmas pessoas ridículas

aos mesmos trabalhos risíveis

há graça em tanta desgraça

e se eu pudesse morrer de me rir

ou viver de me ir

as mesmas pessoas de nada

nadando

no mar de merda da mente

e nada que valha a pena

e nada que valha a perna

em outra manhã de lerda

certos de que são profundos

sempre os mesmos caminhos imundos

com placas de sem-sentido

o cérebro tapado com tanga

da moça com cara de bela

alma de baranga

e saliva de cadela

desta amanhã amanhecida

de que chamam vida

quem me dera morrer de rir

hora de ir dormir

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Alessandro Reiffer
Enviado por Alessandro Reiffer em 05/09/2013
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