Da anatomia dos erros

Se houvesse algo que eu pudesse fazer para desfazer tantos erros que cometi eu o faria agora mesmo sem hesitação.

Hoje nada mais posso fazer senão lamentar pelo que deveria ter feito e não fiz, pelo que poderia ter feito e também deixei por fazer e principalmente por todo o tempo perdido.

Às vezes fazer algo certo, no momento certo, é quase uma impossibilidade vital que só se revela a nós quando já está tarde para fazê-lo. Tarde talvez para quem não tenha tido a coragem, para quem talvez tenha sido covarde e vestiu-se de orgulho trancafiado em seus muros.

Se algo assim pudesse ser desfeito e depois refeito sem deixar defeitos eu me refaria todos os dias e viveria somente de refazer as coisas novamente sem erros.

Os meus desacertos foram a fonte inevitável da minha caminhada vã em busca dos êxitos.

Os acertos vão às dezenas os erros vêm aos milhões.

Fábio Pirajá
Enviado por Fábio Pirajá em 02/12/2008
Reeditado em 02/12/2008
Código do texto: T1314436