Epístola de Clarice

Quando de sua inocência
Cria que o arco-íris fosse o desenho do céu.
Pensava que as nuvens adocicavam a imensidão azul.
E do mar, seu sabor salgado,
Nascia do brilho das estrelas que caiam
E transformavam-se em pequenos pedaços do oceano.
A lua namorava o sol
O beija-flor namorava a margarida
E a praia, a água.

Quando de sua visão
Percebia a beleza do beijo eterno entre a borboleta e crisálida
Imaginava que o carinho de seus conhecidos fossem eternos nas pinturas e desenhos tolos -
Como mãe gigante próxima a casa ínfima de cor translúcida.
O laranja-dourado unido com o verde-giz criavada aurora o rosa-solar.
E o infinito poder-se-ia duplicar, triplicar
Cabendo, ainda, na palma desua leve mão.

Quando de sua magia
Enfrentou perigos inigualáveis
Monstros televisivos,
Gatunos macabros,
E o pior, ela adulta.

Quando de sua vivência
Aprendia a sofrer
Pintava-se um sorriso
Com lágrimas abafadas por trás do opaco dos olhos
Descobria-se que os namoros não durariam para sempre
Que o infinito era grande demais para dominá-lo
E as suas "tolices" não passariam de passado.
A vivência não apenas apagava,
Crescia-se em sabedoria.
Entedimento e novidades desvendadas.
E as paixões apareciam.

Quando de sua loucura
Embedou-se de infância
Transitou-se pela maturidade
E notou que a vida é um mister de nada,
De tudo.
Um mister daquilo que acreditava,
Daquilo que aprendera.
Um mister de guerreiro
Um mister de inimigo.
Um mister dela.
Karla Hack dos Santos
Enviado por Karla Hack dos Santos em 03/08/2009
Código do texto: T1734903
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