O DIA QUE DISSESTE ADEUS

Imagino teus lábios sussurrando-me adeus

Imagino teus olhos frios, tuas mãos afastadas de mim

Teu corpo sem desejo, teu olhar distante

E como cada silaba vai rasgar o fundo de minha alma como adaga

E minha alma, rasgada, despedaçada, entrecortada em soluços

Cairá por fim ao chão fria, inerte, sem vida

Porque a vida que eu tinha vinha de ti

Nem a revolta dos amantes hei de sentir

Disseste ADEUS o que mais posso fazer ?

Não sei se ainda sentes o calor de nossas mãos e corpos juntos

Não sei se há desejo em ti

Não mais sei se teu olhar reflete minha presença

Por causa de uma simples sílaba tornaste uma incógnita para mim

E hei de sangrar e me arrastar por dentre paredes, fatos, fotos, e o passado

Não mais tenho a ti, poucas sílabas nos separam

Queria ser surdo nesta hora, negar o som que vem de tua boca

Amordaçar-te talvez...adiantaria ?

Recolho trapos pela sala, amarro tua boca, teus braços, tua calma

Mas heis que sai voando pela janela da sala

A sombra clara de ti que não pude conter em meu desespero

Não és mais minha, foi se embora a tua alma

Somente me resta teu corpo desnudo, amarrado a minha alma no chão

Minha alma presa a teu corpo, de nada adianta esta situação

Sou alma, és corpo, não há entre nós qualquer ligação...

Pois o amor genuíno tem de ser entre almas ou entre corpos

Sem ilusão...

Adriana Alves (Poetisa Lancinante)
Enviado por Adriana Alves (Poetisa Lancinante) em 16/10/2009
Código do texto: T1869458
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