DEIXA-ME

Vai, mulher ingrata,

Sai da vista desse teu escravo.

Crava as feridas nesse peito inválido,

Segue tua estrada sem olhar pra trás.

Vai, maldita alma que amei,

Corre esse mundo, sente-te livre,

Ama como um bicho que não é mais triste,

Deixa para mim o que te arranquei.

Deixa-me os espinhos de tuas asas,

Deixa-me as crias que não soubeste amar,

Deixa-me teus vultos pela madrugada,

Deixa os fantasmas pra me assombrar.

Deixa-me a miséria, que esta já foi tua,

Deixa-me a tristeza que já sentiste, eu sei,

Deixa-me marcado pela saudade crua,

Deixa-me na rua onde te encontrei...

Vanessa Rodrigues
Enviado por Vanessa Rodrigues em 24/11/2009
Código do texto: T1941806
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