Insônia 4
fantasmas rondam a sacada da casa
perambulam pela madrugada
na penumbra desenhada pela lua cheia
que já some no negro céu
percorrem os cômodos
à procura de lembranças guardadas
em alguma gaveta velha
escondidas por debaixo de roupas inúteis
murmuram incógnitas em meu ouvido
gritos agonizantes que abrem os olhos
e espantam os sonhos comuns
íris cor de mel se apavoram
diante da dança insolúvel de almas inomináveis
pela janela entreaberta entram
os primeiros raios da manhã
que afugentam todos os medos
enraizados no ventre encolhido
dentro de mim apenas o desejo
de um dia normal