Ninguém é

Pedro Oniwlack me visitou ontem à tarde.

Tomamos café, conversamos, vimos filmes

E nos deitamos. Dormi.

O desgraçado furtou meus cadernos e

Saiu sem me beijar.

Ligou-me à meia-noite e exigiu

Que eu publicasse tudo.

Pedro foi devasso?

Ou será devassador?

Eu nem sou.

Na verdade, ser só é possível

No passado ou no futuro;

Ninguém é, pois.

Fui ou serei -

Mesmo achando que sou.

Fernanda Sier
Enviado por Fernanda Sier em 11/07/2010
Reeditado em 12/07/2010
Código do texto: T2371039
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.