Declaração

Prefiro meus eternos monólogos aos diálogos.

Sempre abafei as palavras nas páginas,

Fui sempre carcereira intransigente dos meus versos.

Deixar que outros leiam-me

É como fazer uma declaração de amor:

Minhas mãos tremem, meus olhos

[prendem-se ao chão

(E eu nunca me declarei - não com palavras).

Tenho medo do que vão achar,

Tenho medo de que me achem,

De que me vejam,

De que me descubram.

Sempre escrevi.

Publicar dói, porém;

Dói como se declarar.

Sinto-me nua;

Nua no meio de estranhos.

É preciso coragem

Ou máscaras

Ou véus.

Fernanda Sier
Enviado por Fernanda Sier em 14/07/2010
Reeditado em 15/07/2010
Código do texto: T2376249
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